Apocalypsis Ioannis XXII,XX
O tempo do Advento é, para toda a Igreja, momento de forte mergulho na liturgia e na mística cristã. É tempo de espera e esperança, de estarmos atentos e vigilantes, preparando-nos alegremente para a vinda do Senhor, como uma noiva que se enfeita e se prepara para a chegada de seu noivo, seu amado.
O caráter missionário do Advento se manifesta na Igreja pelo anúncio do Reino e a sua acolhida pelo coração do homem até a manifestação gloriosa de Cristo. As figuras de João Batista e Maria são exemplos concretos da vida missionária de cada cristão, quer preparando o caminho do Senhor, quer levando o Cristo ao irmão para o santificar.
A liturgia do Advento nos impulsiona a reviver alguns dos valores essenciais cristãos, como a alegria, a esperança, a pobreza, a conversão. Deus é fiel às suas promessas: o Salvador virá; daí a alegre expectativa, que deve nesse tempo, não só ser lembrada, mas vivida, pois aquilo que se espera acontecerá com certeza.
O tempo do Advento é de esperança porque é o que Cristo é para nós (I Tm 1, 1); esperança na renovação de todas as coisas, na superação de toda fraquezas, na vida eterna, esperança que nos forma na paciência diante das dificuldades e tribulações da vida, diante das perseguições.
O Advento também é tempo propício à conversão. Sem um retorno de todo o ser a Cristo, não há como viver a alegria e a esperança na expectativa da Sua vinda. É necessário que "preparemos o caminho do Senhor" nas nossas próprias vidas, lutando incessantemente contra o pecado, através de uma maior disposição para a oração e mergulho na Palavra.
A iconografia litúrgica nos apresenta a coroa como símbolo por excelência deste tempo: é nossa caminhada cristã que se renova a cada dia, a cada ano litúrgico, e como um círculo não tem fim, pois terminando nesta passagem terrena continuará na beatitude celeste. Como os ramos verdes indicam a esperança do Messias que vem, nossa vida de fé deve indicar as alegrias eternas que viveremos, nosso Natal eterno.
Com toda Igreja rezamos o Gradual do I Domingo do Advento: “Todos os que esperam em Vós, Senhor, não serão confundidos. Mostrai-me, Senhor, os vossos caminhos, e ensinai-me as vossas veredas” e ainda a Oração depois da Comunhão: “Possamos nós, Senhor, receber a vossa misericórdia no vosso templo, para podermos preceder com as devidas homenagens as próximas solenidades da nossa redenção”.
Assim como na primeira vez, aguardamos ansiosos a segunda e definitiva vinda, o segundo e definitivo Natal do Cristo Salvador. Antes; vivamos nosso advento com retidão e devoção, neste Ano da Fé, para que a Nova Evangelização, por graça de Deus e nosso empenho, transmitam a muito a doutrina e a fé católica.