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domingo, 27 de abril de 2014

Luzes que clareiam a Igreja nestes tempos

Neste 27 de abril, a Igreja se alegra, no mundo inteiro, pela canonização de dois grandes Sumos Pontífices: São João XXIII e São João Paulo II, que cumpriram com grande fidelidade a sua missão de “doce Cristo na Terra”. Isso se deve à profunda comunhão com o Senhor pela qual eram distinguidos e que lhes possibilitou tornarem-se luzes a iluminar o caminho da Igreja nestes tempos. 



Se atentamos às figuras destes dois Sucessores de Pedro que hoje são apresentados como modelos de santidade, perceberemos quantos paralelos existem entre ambos, apesar de suas peculiaridades. João XXIII foi eleito já com 78 anos, para um pontificado curto que durou pouco menos de 5 anos. Era um homem simples que expressava bondade e pureza através de seus gestos e de suas palavras. João Paulo II, ao contrário, foi eleito ainda com 58 anos, permanecendo no Trono de Pedro por longos 27 anos. Chamava à atenção pelas suas palavras fortes e pela eloquência de seus gestos. Contudo, um e outro possuem um grande significado universal: o Papa Roncalli congregou a Igreja, espalhada por toda a Terra, na celebração do Concílio Ecumênico Vaticano II, expressão mais significativa da Unidade do Corpo Místico de Cristo dos últimos tempos. De modo diverso, mas com o mesmo objetivo e alcance, o Papa Wojtyla percorreu o mundo inteiro como pastor e peregrino, confirmando os irmãos na fé. Ambos, através de diferentes iniciativas, anunciaram a Verdade de Cristo e a alegria em pertencer à comunidade dos que creem. 

A eleição deles foi causa de grande surpresa, pois não eram nomes de destaque no contexto eclesiástico. Não obstante, deixaram sua marca na Igreja, caracterizando-se pelo espírito de renovação com que guiaram o seu rebanho, procurando abrir as portas da grande comunidade e tornar possível o diálogo, não só com irmãos de outras confissões cristãs e de outras religiões, mas com todos aqueles que compunham os mais variados âmbitos da sociedade, do mundo moderno. 

Tendo vivido tenebrosos períodos de guerra e enfrentado as duras consequências que ela causou, estes dois Santos que ora evidenciamos tornaram-se, a partir da experiência com Cristo, sensíveis aos sofrimentos e às necessidades da humanidade de seu tempo, convertendo-se assim em embaixadores da bondade e da misericórdia de um Deus que se fez Homem, amigo de todos os homens, e que pelo seu amor redime e salva a tantos quantos buscam o encontro com Ele. 

Neste dia em que volvemos o nosso olhar a estes dois ícones de santidade, peçamos a sua intercessão para que nós, filhos da Igreja à qual eles tanto amaram, sejamos capazes de servir ao Senhor com fidelidade e alegria, testemunhando o Cristo e o seu amor por todos e por cada um dos homens.

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Gemma Galgani: Mística do nosso tempo

Em 11 de abril de 1903, em Lucca na Itália, falecia uma grande santa e mística de nosso tempo: Gemma Galgani.


Nascida em março de 1978 foi batizada como Gemma Maria Humberta Pia Galgani, oriunda de uma próspera família de Buorno Novo e descendente do Beato João Leonardo. Aos sete anos perdeu a mãe, vítima de tuberculoso e aos dezoito o pai.

Desde muito cedo ele foi agraciada com visões sobrenaturais. Conta-se que Gemma via a Santíssima Virgem e conversava com frequência com seu Anjo da Guarda, que lhe ajudava e lhe dava conselhos. Ainda criança recebeu os estigmas da paixão, que lhe surgiam no corpo periodicamente. 

Entre 1899 e 1901 Gemma sofreu por 18 meses os estigmas da Crucificação de Cristo, além das marcas dos espinhos e dos açoites de Jesus. Experimentou visões de Cristo e da Virgem Maria e do seu Anjo da Guarda com frequência nunca vista na história dos santos. Quando em êxtase, fenômenos sobrenaturais manifestavam-se nela, entre os quais a mudança do som de sua voz e diálogos em aramaico, língua da qual não poderia ter conhecimento, a este fenômeno damos o nome de glossolalia religiosa.

Depois da morte do Pai Gemma foi trabalhar como empregada doméstica. Quis entrar na Congregação Passionistas, mas, devido suas fraquezas e debilidades não foi permito seu ingresso. Morreu em 1903, aos 25 anos de idade, espiritualmente ligada a congregação passionista.

Foi canonizada por Pio XII em 1940 e em 1943 as cartas entre Gemma e seu diretor espiritual foram publicadas e isso fez com que a devoção a jovem santa se propagasse ainda mais pela Itália e pelo mundo. 

quinta-feira, 3 de abril de 2014

José de Anchieta foi declarado santo!

No final do ano de 2013 o Sr. Cardeal Raymundo Damasceno Assis, Arcebispo Metropolitano de Aparecida (SP) e Presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)  informou que havia recebido um telefonema do próprio Pontífice, no qual Francisco assegurava a declaração de Anchieta como santo.


O Brasil vibrou por ver seu grande evangelizador escrito no rol do santos. Mais tarde se confirmou que a Canonização não possuía um milagre e não seguiria o estilo das canonizações comuns, mas, se apelaria ao processo chamado de "canonização equipolente".



A canonização equipolente ou equivalente acontece quando o Santo Padre alarga a toda a Igreja o preceito do culto de um servo de Deus que ainda não foi canonizado, mediante a inserção da sua festa litúrgica, com missa e ofício, no Calendário da Igreja universal. 



A assinatura deste decreto da canonização acontece de maneira simples e privada, não com a solenidade e a fórmula das canonizações habituais. Para a canonização equipolente são necessários três requisitos: prova do culto antigo ao candidato servo de Deus, atestado incontestável da fé católica e das virtudes do candidato e a fama ininterrupta de milagres intermediados pelo candidato. Quando a veneração do santo já está bem estabelecida nas tradições da Igreja, porém, por diversos motivos o processo formal de canonização não foi concluído pode-se apelar a canonização equipolente.



José de Anchieta nasceu na região espanhola das ilhas canárias. Ingressou na Companhia de Jesus, fundada por Santo Inácio de Loyola para pregar missões e evangelizar os pagãos, em 1551.

Ao ser acolhido foi mandado para os estudos em Portugal , a fim de evitar que pudesse sofrer com a rigorosa Inquisição do Reino da Espanha, uma vez que possuía ascendência judaica pela parte materna.


De saúde frágil e débil foi enviado para o Brasil, recém descoberto pelos portugueses, ainda como noviço em 1553 para auxiliar no processo de colonização e cristianização da civilização indígena. Biógrafos contam que quando da partida seus superiores acreditavam que Anchieta nem atracaria em terras de Santa Cruz, antes, que morreria no caminho. 

O jovem missionário não só chegou com saúde como também se sentiu revigorado com os ares desta região. Em 15 de junho de 1553 iniciava a saga de Anchieta neste longínquo Brasil. 

Foi ordenado sacerdote aos 32 anos de idade, na época em que o Governador-Geral do Brasil, Mem de Sá, travava guerra para expulsar os franceses das terras brasileiras

Aqui catequizou e batizou os índios. Evangelizou os pagãos e converteu os pecadores. Anunciou o evangelho e promoveu a pessoa humana. 





Escreveu diversos poemas, contos e programou uma gramática tupi-guarani. Além de missionário incansável e fundador de cidades e povoados, o “Apóstolo do Brasil” foi teatrólogo, historiador, gramático e poeta. Anchieta escreveu em verso e prosa, seja em português, espanhol, latim ou tupi. Sua ação evangelizadora cruzou os umbrais da igreja, ainda nascente nestas terras, e se solidificou como princípio norteador e fonte basilar da sociedade civil brasileira. 





Em 24 de janeiro de 1554, Festa da Conversão de São Paulo Apóstolo, Padre Anchieta fundava o Colégio de São Paulo, que foi o embrião da grande metrópole da cidade de São Paulo. Tantos anos depois, esta data nos chega pela carta escrita, de próprio punho, pelo jesuíta desbravador. Na carta, Anchieta narrava que na comunidade da redondeza havia 130 pessoas, das quais 36 já filhos de Deus, pelo sagrado batismo.


Durante sua vida apostólica, toda vivida no Brasil, desempenhou diversas funções para os jesuítas e na igreja local, entre elas a de Superior Geral da Companhia de Jesus nestas terras (1577-1587). 

Com a idade de 63 anos se retirou para Reritiba, hoje Anchieta, no Espírito-Santo. Lá, veio a falecer. Seu corpo foi sepultado em Vitória e o Brasil perdia o homem que por 43 anos se dedicou, de corpo e de alma, a ação evangelizadora na Terra de Santa Cruz. Anchieta é o baluarte da civilização brasileira. Do céu, olha por cada um de nós e por nossa nação. 

O Beato João Paulo II - a ser canonizado também em 2014 - beatificou José de Anchieta em em 22 de junho de 1980, no Vaticano. O processo de beatificação, iniciado ainda no século XVII, parece ter sido dificultado pela perseguição aos jesuítas, perpetrada pelo Marquês do Pombal, mas já em 1622, várias pessoas tinham sido ouvidas no processo, relatando milagres e grandes valores do padre jesuíta. Agora o Papa Francisco o inscreve no roll dos santos.




Agora, mesmo com o adiamento de 24 horas, o Apóstolo do nosso chão é o mais novo santo da Igreja, e rogamos ao Bom Deus que muitas graças sejam derramadas sobre nossa nação, pela intercessão de São José de Anchieta, evangelizador do Brasil. 

terça-feira, 1 de abril de 2014

Anchieta: uma canonização equipolente

Depois de 416 anos de sua morte acontece amanhã às 14 horas no horário de Roma, 09 horas no horário de Brasília, a canonização do Beato José de Anchieta, Apóstolo da evangelização na Terra de Santa Cruz.


O Papa João Paulo II - que será proclamado santo em 24 de abril - o canonizou em 22 de junho de 1980, na Praça de São Pedro. Amanhã Anchieta será inscrito no rol dos santos pelo Papa Francisco através da “canonização equipolente ou equivalente”.

O processo de canonização equipolente acontece quando o Santo Padre alarga a toda a Igreja o preceito do culto de um servo de Deus que ainda não foi canonizado, mediante a inserção da sua festa litúrgica, com missa e ofício, no Calendário da Igreja universal. 

A assinatura deste decreto da canonização acontece de maneira simples e privada, não com a solenidade e a fórmula das canonizações habituais. Para a canonização equipolente são necessários três requisitos: prova do culto antigo ao candidato servo de Deus, atestado incontestável da fé católica e das virtudes do candidato e a fama ininterrupta de milagres intermediados pelo candidato.


Quando a veneração do santo já está bem estabelecida nas tradições da Igreja, porém, por diversos motivos o processo formal de canonização não foi concluído pode-se apelar a canonização equipolente. Ao longo da história muitos são os exemplos de santos, canonizados mediante o processo equipolente, entre eles, Bruno, Margarete da Escócia, Estevão da Hungria, Wenceslaus de Boêmia e Gregório VII. Em 2012 Bento XVI fez uso deste processo ao declarar Santa a Hildegard Von Bingen, por ele também instituída doutora da Igreja.