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domingo, 29 de junho de 2014

Solenidade de São Pedro e São Paulo e imposição do Pálio Pastoral

Às 09 horas e trinta minutos, no horário romano, iniciou na Basílica de São Pedro a celebração da Solenidade dos Apóstolos Pedro e Paulo, com a imposição do Pálio Pastoral a 24 metropolitas de todo o Orbe.


Francisco, paramentado de maneira sóbria, porém, solene, ingressou – sob forte calor europeu - na monumental Basílica Romana. O olhar de milhares de cristãos, presentes ou não à Cidade Eterna, estavam voltados para aquele que celebraria o Santo Sacrifício da Missa, em honra de Pedro e Paulo, as colunas sob as quais está alicerçada à Igreja.



No último ano Francisco nomeou 27 novos Arcebispos Metropolitanos, dos quais 24 foram a Roma para, de suas mãos, receber o Pálio Pastoral. O pálio é um indumentária litúrgica que simboliza o vínculo das sedes metropolitanas a sede romana.

De fato, nesta celebração – como em tantas outras das quais o Baldaquino de Bernini já foi testemunha – se vê a universalidade da Igreja, reunida e congregada sob a guia de Pedro. 

Papa impõe o Pálio ao Arcebispo de Pouso Alegre
Os Arcebispos Metropolitanos são oriundos da Índia, Costa Rica, Escócia, Brasil, França, Estados Unidos, Nigéria, Paquistão, Áustria, Malawi, Madagáscar, Chile, Filipinas, Uganda, Uruguai, Tanzânia, Inglaterra, Vietnã, Polônia e Indonésia. 


Por motivos diversos dos 27 nomeados, três receberam o pálio em sua Sé, em Malawi, Mianmar e Alemanha.




Como de costume nesta celebração esteve presente também uma delegação do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla. O metropolita de Pérgamo, Ioannis Zizioulas, representou Bartolomeu na festa de São Pedro. Em 30 de novembro, Festa de Santo André, uma delegação católica romana irá a Istambul, na comemoração de seu patrono.

Hoje, pela primeira vez desde que foi eleito, Francisco utilizou um pálio sem adornos ou de tamanho diferente ao que é entregue aos metropolitas. Fez uso da chamada férula conciliar e do anel do pescador, recebido quando de sua entronização.

Papa impõe o Pálio ao Arcebispo de Porto Alegre
Na homilia o Papa destacou a importância de não ceder as malidiscências ou fofocas: "O Senhor nos pede para não perder tempo em conversas fúteis ou questões; não insistir em coisas pequenas, mas olhar para o essencial e siga-lo. "


A homilia foi centrada na ideia do medo e de tudo aquilo que nos aprisiona, porém, "Pedro percebe que o Senhor nos libertou do medo e correntes. Sim, o Senhor nos liberta do medo e de cada cadeia - disse o Papa -, para que possamos ser verdadeiramente livres ".




Na oração dos fiéis, a assembleia rezou-se em diversas línguas por variadas intenções: pela Igreja assente na rocha de Pedro (em russo), pelos novos arcebispos metropolitas (português), por todos os povos da terra e seus governantes (chinês), pelas pessoas pobres, solitárias ou idosas (francês) e pelos cristãos em geral (em língua iorubá, que se fala numa parte da Nigéria).




Nesta Festa de São Pedro e de São Paulo nos unimos ao sucessor de Pedro e a todos os Metropolitas que receberam o pálio pastoral. Rogamos ao Senhor que lhes cumule de muitas bênçãos do céus.

sábado, 28 de junho de 2014

O Pálio Pastoral e os Metropolitas


29 de junho, Festa de São Pedro e de São Paulo, o Santo Padre o Papa Francisco entregará o Pálio Pastoral a todos os Arcebispos Metropolitanos que foram nomeados no último ano, entre eles está o Arcebispo de Porto Alegre, Dom Jaime Spengler, OFM e o de Pouso Alegre, Dom José Luiz Majella Delgado, CSsR.



Spengler, que é o mais jovem Arcebispo do Brasil com 53 anos, tomou posse da Arquidiocese de Porto Alegre em 15 de novembro de 2013, em celebração realizada na Catedral Metropolitana Madre de Deus.

Oriundo da Ordem dos Frades Menores (OFM) era desde março de 2012, quando foi ordenado, era Bispo-Titular de Patara e Auxiliar da Sé gaúcha. Sua sucessão a Dom Dadeus Grings, o antigo metropolitana, aconteceu dois anos após a renúncia do velho prelado.

Seu lema episcopal é "In cruce gloriare" - Gloriar-se na Cruz.








Dom Majella Delgado nasceu em Juiz de Fora e tem 60 anos de idade.

Ainda criança fez-se religioso na Congregação do Santíssimo Redentor, os redentoristas. Foi ordenado sacerdote em março de 1981.

Em dezembro de 2009 o Papa-Emérito Bento XVI o nomeou Bispo da Diocese goiana de Jataí, ainda vacante. Sua sagração episcopal se deu em 27 de fevereiro de 2010. 

Em 28 de maio foi nomeado para a Sé Metropolitana de Pouso Alegre, Minas Gerais. Atualmente é também o Presidente do Regional Centro-Oeste da CNBB.

Seu lema episcoal é: “Servir por amor”.


O pálio é uma insígnia de lã branca, de 05 centímetros de largura e formada por dois apêndices, que comporta em si 06 pequenas cruzes bordadas em lã preta. A história desta antiga indumentária remonta ao Império Romano, mas, sua estrutural atual em forma de “Y” já poderia ser observada em representações do século VIII.

O pálio que é entregue aos Arcebispos Metropolitanos, ou seja, aqueles que possuem e estão à frente de uma diocese, quer representar a unidade dos bispos, espalhados nos cinco continentes, com o sucessor de Pedro, o Papa.

O pálio, feito da lã, quer também indicar a missão do Arcebispo como pastor, que carrega em seus ombros o rebanho a ele confiado, a ovelha ferida e desgarrada que é conduzida sob os ombros a exemplo de Jesus, que é sumo sacerdote e bom pastor.


















Segundo uma antiga tradição no dia 21 de janeiro, quando celebra-se Santa Inês (que em latim se escreve Agnes e significa cordeiro) o Papa dá a bênção a duas pequenas ovelhas que são entregues a uma grupo de religiosas beneditinas residentes ao mosteiro de Santa Cecilia in Trastevere, cuja abadessa presencia a bênção. Lá as ovelhas são tosquiadas e se procede a tecelagem para a confecção dos novos pálios.















Depois de prontos, no dia 24 de junho, na festa de São João Batista aquele que anunciou o Cordeiro de Deus, os pálios são colocados em uma urna que é depositada sob a tumba de São Pedro, tornando-se assim uma relíquia de terceiro grau. Lá as insígnias permanecerão até a missa da manhã do dia 29 de junho quando o Papa imporá o pálio a todos os Arcebispos Metropolitanos, que são Bispos Diocesanos espalhados por todo mundo.



Depois da entrega os bispos retornam as suas dioceses portando o pálio pastoral. Ele será utilizado nas celebrações litúrgicas – como a Santa Missa – dentro de qualquer diocese de sua circunscrição eclesiástica, ou seja, da sua Arquidiocese e das Diocese que possui como suas sufragâneas e sob as quais ele exerce o papel de referência da comunhão com a Igreja Católica, na sua união com o Bispo de Roma, que é o Papa. (Cânon 437 § 2º do CDC)


No caso de renúncia o Arcebispo passa a não fazer mais uso do pálio. No caso de transferência ele pedirá ao Santo Padre um novo pálio, que lhe será novamente entregue. Todos os Arcebispos Metropolitanos, mais o Patriarca Latino de Jerusalém e o Decano do Colégio de Cardeais possuem o direito de portar o pálio.


Na América, na África, na Ásia, na Oceania e na Europa – em todos os cantos do mundo – o pálio é o sinal da unidade com Pedro, que nos governa na caridade. O Bispo, como pai e pastor, nos conduz como ovelhas em seus ombros. Portanto, o pálio não é uma simples indumentária ou uma condecoração, mas, é um sinal claro e visível do nosso desejo sempre crescente de formar unidade e criar comunidade em Cristo Jesus.



quinta-feira, 26 de junho de 2014

Faleceu o Arcebispo Metropolitano de Curitiba, Dom Moacyr José Vitti.

Faleceu no início da tarde de hoje, 26 de junho,
o Arcebispo Metropolitrano de Curitiba, Dom Moacyr José Vitti.


O Arcebispo de 74 anos veio a falecer em sua residência, por volta das 13h40min de hoje. A informação oficializada pela Arquidiocese de Curitiba, foi divulgada em nota oficial pelo site.
Dom Moacyr nasceu em 30 de novembro de 1940, na cidade de Piracicaba, interior de São Paulo, onde foi o 4° Bispo, e desde maio de 2004 guiava a Arquidiocese da Capital do Paraná.

Entrou para o Seminário dos Estigmatinos em 17 de janeiro de 1953. Estudou em Ribeirão Preto, fez o noviciado em 1960 e a primeira profissão religiosa no município Casa Branca/ SP. Cursou Filosofia e Teologia no Instituto Estigmatinos de Campinas. Fez sua profissão perpétua em 9 de dezembro de 1963 e foi ordenado sacerdote na Capela da Santíssima Trindade, em Campinas/ SP, em 16 de dezembro de 1967.

Trabalhou por seis anos na Pastoral Vocacional e foi conselheiro provincial. Depois, por mais seis anos foi vice-geral da Congregação dos Estigmatinos em Roma e em seguida provincial da Província de Santa Cruz no Brasil.

Doutorou-se em Teologia na Universidade Angelicum, de Roma. Sua nomeação como bispo auxiliar da Arquidiocese de Curitiba ocorreu no dia 18 de novembro de 1987. A ordenação episcopal realizou-se em Americana/SP no dia 3 de janeiro de 1988.


A nomeação de bispo diocesano de Piracicaba/SP ocorreu no dia 15 de maio de 2002, no ano Jubilar de Ouro da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB. Em 19 de maio de 2004, Dom Moacyr foi nomeado arcebispo de Curitiba, tomando posse como quinto Arcebispo no dia 18 de junho na Catedral Basílica Nossa Senhora da Luz dos Pinhais.
Atualmente era o presidente do regional Sul II da CNBB e Chanceler da PUC-Curitiba.


Em breve maiores informações.

V. Réquiem ætérnam dona ei, Dómine!
R. Et lux perpétua lúceat ei.
V. Requiéscat in pace!
R. Amen.



Dia 27 de junho, Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, é celebrado o Dia de Oração pela Santificação dos Sacerdotes. Em preparação para a data, o arcebispo de Palmas, no estado do Tocantis, e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada, Dom Pedro Brito Guimarães, publicou uma mensagem a todos os sacerdotes.










Mensagem para o dia de oração pela santificação dos sacerdotes


Caríssimos irmãos sacerdotes,



Tenho Sede!



Todo ano, a Igreja promove a Jornada Mundial de Oração pela Santificação dos Sacerdotes, por ocasião da festa do Sagrado Coração de Jesus que, neste ano, será no dia 27 de junho. Neste dia, ela convida todo o povo de Deus de nossas comunidades eclesiais, bem como as pessoas de boa vontade, para rezarem pelos seus sacerdotes para que, fiéis aos compromissos assumidos no dia da ordenação presbiteral, tenhamos uma vida íntegra e santa, de íntima e profunda comunhão com Jesus. Pois somente assim poderemos amar verdadeiramente o rebanho do Senhor que nos foi confiado.



A santidade, além de ser um projeto pessoal de vida, deve ser também um projeto pastoral. São João Paulo II, no ano 2000, assim se expressou: “em primeiro lugar, não hesito em dizer que o horizonte para onde deve tender todo o caminho pastoral é a santidade” (NMI 30). E o apóstolo Paulo: “A vontade de Deus é que sejais santos” (1 Ts 4,3). Tudo na vida e na missão de um sacerdote deve ter a marca da santidade. Sem santidade, estamos sem horizonte, não somos nada, não valemos nada e não fazemos nada de bom.



No Cenáculo, durante a Última Ceia, ao instituir a Eucaristia, o mandamento do amor fraterno e o sacerdócio ministerial, Jesus, o Santo e a fonte de toda santidade, revelou aos seus discípulos um dos seus desejos mais profundos: “Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós. Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanece na videira, assim também vós não podereis dar fruto se não permanecerdes em mim. Eu sou a videira, e vós, os ramos” (cf. Jo 15,4-5). Permanecer em Jesus é a alegria verdadeira de nossa vida. Sem Ele, tudo em nossa vida emudece e perde sentido. Pois, foi Ele mesmo quem disse: “Sem mim, nada podeis fazer” (Jo 15,5). Decorrem desta íntima união com Jesus Cristo a conversão pessoal e pastoral, a solicitude pastoral pelos pobres e sofredores e o ardor missionário. Em outras palavras, a santidade.



Hoje, mais do que em tempos passados, o sacerdote deve ser o homem de Deus. Aquele que não se mantiver firme na fé, alegre na esperança, perseverante na oração e firme nas tribulações (cf. Rm 12,12), terá vida breve e estéril.Na realidade atual, perdemos muito daqueles papéis sociais de destaque que, em tempo de cristandade, os nossos antepassados tinham. Além do mais, com o advento dos potentes meios de comunicação, as nossas fragilidades e feridas aparecem com maior clareza, exigindo de nós mais coerência de vida e testemunho de santidade. Precisamos sempre ser pastores identificados com Jesus e com sua Igreja, pobre e para os pobres. Precisamos ser sacerdotes acolhedores, solidários, fraternos com os irmãos, encantados e apaixonados pela missão. Enfim, precisamos de sacerdotes santos. Sem a lógica da santidade, o ministério sacerdotal vale muito pouco e não passa de uma simples função social.



Neste sentido, é mister recordar o que o papa Bento XVI disse certa vez: "existem algumas condições para que haja uma crescente harmonia com Cristo na vida do sacerdote: o desejo de colaborar com Jesus para propagar o Reino de Deus, a gratuidade no serviço pastoral e a atitude de servir".O encontro com Jesus deixa o sacerdote fascinado, encantado e apaixonado por sua pessoa, suas palavras e seus gestos. É como ser atingido pela irradiação de bondade e de amor que emanam d’Ele, a ponto de querer ficar com Ele como os dois discípulos de Emaús. Cada sacerdote deveria diariamente pedir a Jesus: “Fica conosco, pois já é tarde e à noite vem chegando” (Lc 24,29). Quem se encanta por Jesus, entra em sintonia e em amizade íntima com Ele, e tudo passa a ser feito como agrada a Deus. Ser sacerdote não é mérito nosso. É um dom a ser vivido na companhia de Jesus com gratidão e generosidade.



E acrescenta o papa Bento XVI: "o convite do Senhor para o ministério ordenado não é fruto de mérito especial, mas é um dom a ser acolhido a que se corresponde dedicando-se não apenas a um projeto individual, mas ao de Deus, totalmente generoso e desinteressado. Nunca nos devemos esquecer, como sacerdotes, que a única subida legítima rumo ao ministério do pastor não é aquela do sucesso, mas a da cruz”.



Cai bem aqui o que disse o papa Francisco: “Conscientes de terem sido escolhidos entre os homens e constituídos em seu favor para esperar nas coisas de Deus, exercitem com alegria e com caridade sincera a obra sacerdotal de Cristo, unicamente com a intenção de agradar a Deus e não a si mesmos. Sejam pastores, não funcionários. Sejam mediadores, não intermediários”.



O coração do sacerdote é um coração sempre aberto para amar, acolher, celebrar e agradecer. Permitam-me, amados de Deus, concluir esta mensagem reportando, mais uma vez, ao que disse recentemente o papa Francisco sobre a necessidade de amar e santificar a nossa vocação sacerdotal. Diz ele: “Os sacerdotes, mais do que estudiosos, são pastores. Não podem nunca se esquecer de Cristo, seu primeiro amor, e devem permanecer sempre do seu lado.Como está hoje o meu primeiro amor? Estou enamorado como no primeiro dia? Estou feliz contigo ou te ignoro? São perguntas que temos que fazer com frequência diante de Jesus. Porque Ele pergunta isso todos os dias, como perguntou a Pedro: Simão, filho de João, tu me amas? Continuo enamorado de Jesus como no primeiro dia ou o trabalho e as preocupações me fazem olhar para outras coisas e esquecer um pouco o amor”?



Caríssimos, tenhamos sempre diante dos nossos olhos o exemplo e Jesus, o Bom Pastor, que não veio para ser servido, mas para servir e para procurar a ovelha, a moeda e filho perdidos e salvá-los (cf. Lc 15,4ss). Prometo, no dia do Sagrado Coração de Jesus, rezar de modo especial por todos vocês, sacerdotes do Senhor, a fim de que a vida e o ministério de vocês sejam vividos na alegria do Evangelho que nos liberta do pecado, da tristeza, do vazio interior e do isolamento. Peço também que todos os cristãos católicos façam momentos de oração, de adoração e súplica, pessoalmente ou reunidos em comunidade, implorando a Deus pela santificação dos nossos sacerdotes, tesouro precioso saído do Coração de Jesus. Que Maria, mãe dos sacerdotes, nos ajude a ter um coração manso e humilde como o Coração do seu Filho.



E todos, em uníssono, num só coração e numa só alma, possamos dizer: Sagrado Coração de Jesus, nós temos confiança em vós! Amém!



Dom Pedro Brito Guimarães

Arcebispo de Palmas 
Presidente da Comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada

As últimas horas de um santo!


 
Em 26 de junho de 1975, levantou-se muito cedo como de costume, fez a habitual meia hora de oração e celebrou a Missa, por volta das 08 horas, era missa votiva de Nossa Senhora, na qual o sacerdote pede, na oração coleta, “a perfeita saúde da alma e do corpo.” Depois de um rápido café da manhã, encarregou dois dos seus filhos de visitarem uma pessoa, para que este se apresentasse a Paulo VI o seu testemunho de fidelidade e união. Queria fazer chegar ao Papa esta mensagem:


“Há anos que ofereço todos os dias a Santa Missa pela Igreja e pelo Papa [...] hoje mesmo renovei este meu oferecimento a Deus pelo papa.”


Às nove e meia partiu para Castelgandolfo, na Villa dele Rose, onde teria uma reunião familiar e formativa com as suas filhas do Colégio Romano Santa Maria. Era um dia de muito calor. Durante o trajeto rezaram o terço e conversaram animadamente.


“Vós tendes alma sacerdotal”, disse àquelas mulheres jovens, quando chegou. “Dir-vos-ei como sempre que venho aqui. Os vosso irmãos leigos também têm alma sacerdotal. Podes e deveis ajudar com essa alma sacerdotal e, juntamente com a graça do Senhor e o sacerdócio ministerial em nós, sacerdotes da Obra, faremos um trabalho eficaz [...]. Imagino que de tudo tiras oportunidade para conversar com Deus e com a sua Mãe bendita, nossa Mãe, e com São José, nosso Pai e Senhor, e com os nossos Anjos da Guarda, para ajudarem esta Igreja Santa, nossa Mãe, que está necessitada, que está passando tão mal no mundo, neste momento! Temos de amar a Igreja e o Papa, seja ele quem for. Pedi ao Senhor que o nosso serviço seja eficaz para a sua Igreja e para o Santo Padre”.


Passados uns vinte minutos sentiu-se mal. Calou-se. Sentiu vertigens. E teve de retirar-se a uma salinha para descansar uns minutos. Como não recompunha por inteiro, despediu-se, pedindo que lhe perdoassem o transtorno causado. Voltaram a Roma. Acompanhavam-no Pe. Álvaro Del Portillo, Pe. Javier Echevarría e o arquiteto Javier Cotelo. 


Chegou a Vila Tevere uns minutos antes do meio-dia. O padre saiu do carro com desenvoltura e semblante risonho. Ninguém suspeitava de nada além de uma ligeira indisposição. 


Passou pelo oratório e fez a sua habitual genuflexão: devota, pausada, com uma saudação a Jesus sacramentado. Dirigiu-se imediatamente ao quarto de trabalho. 


Entrou e, depois de dirigir um olhar cheio de carinho à imagem da Virgem – conforme seu costume e de todos na Obra – disse:


“Javi... Não me sinto bem!”


E caiu no chão.



Durante sua estadia no México, em 1970, havia contemplado uma imagem que representava a Virgem de Guadalupe entregando uma rosa ao índio Juan Diego. Tinha dito que gostaria de morrer assim: olhando Maria, enquanto ela lhe oferecia uma flor. E morreu como era seu desejo: saudando uma imagem da Virgem de Guadalupe. Recebeu das mãos da Senhora a rosa que abre o Amor as portas da eternidade. 




Adaptado do livro: São Josemaria Escrivá, de Michele Dolz. 

Ed. Indaiá - São Paulo: 2012.