ROMA, sexta-feira, 8 de janeiro de 2010 (ZENIT.org).– Dois párocos católicos de origem polonesa são os últimos cidadãos estrangeiros proibidos de exercer quaisquer atividades religiosas na Bielorrússia.
Jan Bonkowski, frade capuchinho e pároco da igreja da Anunciação, no vilarejo de Mizhevitsi, e o jesuíta Edward Smaga, da paróquia da Santíssima Trindade, em Indura, foram obrigados a suspender suas atividades por um ano. Um terceiro sacerdote foi também ameaçado de ter sua licensa suspensa, mas sua situação, aparentemente, já foi regularizada.
O padre Aleksandr Amialchenia, porta-voz da Conferência dos Bispos Católicos da Bielorrússia, disse que as proibições “não têm motivo”, e destacou que os sacerdotes não foram expulsos do país.
“Tudo o que sabemos é que suas licenças para o exercício de atividades religiosas foram suspensas”, disse.
Igor Popov, do Departamento para Assuntos Religiosos de Grono, ao ser contatado pela reportagem por telefone, recusou-se a dar explicações, alegando desconhecer o fato.
Segundo Marina Tsvilik, do Escritório Governamental para Assuntos Étnicos e Religiosos de Mink, a situação teria sido provocada por “problemas com a documentação apresentada”.
Mas é possível que um dos problemas tenha sido o fato de o padre Bonkowski celebrar suas missas em polonês, língua bastante falada pelos católicos da região de Grodno.
Tsvilik negou que a questão da língua tenha influenciado a decisão, mas salientou que é desejável que as atividades religiosas sejam realizadas “em nossos idiomas”, isto é, o russo e o bielorusso.
“Exercemos nossa função no idioma que os fiéis entendem”, disse o padre Amialchenia, que também rejeitou as alegações de irregularidades com a documentação dos colegas, acrescentando ainda “não compreender por que” as licensas para exercício do sacerdócio em Godno devem ser renovadas a cada seis meses, enquanto que no restante do país são renovadas anualmente.
Com a proibição, os sacerdotes estão impedidos de realizar quaisquer ritos religiosos.
Estima-se que, desde 2004, mais de 70% dos estrangeiros proibidos de exercer funções religiosas na Bielorússia sejam católicos.
Para o arcebispo de Minsk-Mohilov, Tadeusz Kondrusiewicz, os maiores prejudicados são os fiéis: as proibições prejudicam especialmente os projetos sociais conduzidos pelas paróquias, como por exemplo os que focam o combate ao alcoolismo.
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