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domingo, 21 de agosto de 2011

História do Pálio. até Bento XVI e as mudanças feitas por ele.


Há uma diferença sensível entre a forma do pálio moderno e o usado nas épocas cristãs mais remotas. No século VI, o pálio era uma longa faixa, moderadamente larga, branca, ornamentada em sua extremidade com uma cruz preta ou vermelha, e terminada fora com borlas; era drapejado em torno da garganta, dos ombros, e do peito em tal maneira que ficava com a forma de um V na parte dianteira, tendo duas extremidades penduradas para baixo do ombro esquerdo, uma na parte dianteira e outra atrás. O pálio tomou uma forma de uma letra Y , no século VIII, com medida de cerca de cinco centímetro de largura. No século IX, conforme se vê nas pinturas das igrejas romanas , a faixa do pálio, que era solta e mantinha-se no lugar pela aplicação de alfinetes (Spinelli), foi costurada e teve as pontas encurtadas.
O pálio é confeccionado com a lã de cordeiros brancos criados pelos monges Trapistas. Possui uma volta no centro, a qual descansa nos ombros sobre a gola da casula, tendo duas pontas pendentes, uma anterior e outra posterior, com duas polegadas de largura, por doze de comprimento; de modo que, quando visto da parte dianteira ou trazeira, ele se assemelha à letra Y, para dar mais peso ao pálio, as extremidades das pontas são entrelaçadas com seda preta. É decorado com seis cruzes tudo preta uma em cada ponta, uma em cada ombro e uma no peito e outra duas nas costas. O Pálio é guarnecido por três alfinetes de ouro decorados com gemas, chamados espinelos (Spinelli), os quais são fixados em laços existentes nas cruzes do peito, das costas e do ombro esquerdo. Estas últimas características parecem ser remanescentes da época em que o pálio romano era apenas um simples cachecol dobrado e fixado no ombro esquerdo.
O Papa Bento XVI retomou o uso do pálio antigo, mais longo, com duas extremidades com pontas de seda preta, caindo do ombro esquerdo e com seis cruzes em vermelho, e não em preto.(É muito legítimo que o papa, como pastor de outros pastores, use um pálio distinto dos que ele confere aos arcebispos, seus subordinados). A diferença na decoração: Inicialmente, as únicas decorações no pálio eram duas cruzes perto das extremidades. Parece que a ornamentação do pálio, com um número maior de cruzes não se tornou habitual até o século IX, quando as cruzes pequenas foram aplicadas, especialmente sobre os ombros. Entretanto na Idade Média, não havia nenhuma regra definida quanto ao número de cruzes, contudo havia um preceito que determinava a cor. Eram, geralmente, negras; mas, às vezes, vermelhas. Os pinos, que de início serviam para fixação do pálio no lugar, foram mantidos como ornamentos, mesmo depois que o pálio passou a ser costurado na forma apropriada, embora já não tivessem função prática. Em 1605 foi encontrado o pálio que envolveu o corpo do Papa Bonifácio VIII o que comprovou que no século XIII já era uso de colocar pelos nas extremidades do pálio. Isto também demostrou os fragmentos do pálio encontrados no túmulo de Clemente IV. Além do papa, o pálio também é conferido ao Patriarca Latino de Jerusalém. As tradições precedentes que permitiam o privilégio de alguns bispos usarem o pálio foram extintas por um Motu Próprio, do papa Paulo VI, em 1978. Um arcebispo Metropolitano pode usar seu pálio como sinal de sua jurisdição, não somente em sua Arquidiocese, mas em qualquer lugar em sua província Eclesiástica sempre que celebrar a missa(Canon 437-Código de Direito Canônico, 1983).


( São Gregório VII)

Um Arcebispo não pode usar o pálio até que o papa lhe confira esta insígna, o que ocorre normalmente, no dia 29 de junho, na solenidade de São Pedro e São Paulo. Um Arcebispo que, eventualmente não receba o pálio pode, consequentemente, não exercer algumas de suas prerrogativas. Da mesma forma, depois de sua renúncia, o arcebispo já não põe mais usar o pálio. Se for transferido pra outra arquidiocese deve fazer novo pedido e renunciar as funções de metropolita e não gozar até o novo pálio. Na realidade, o simbolismo do pálio é ainda mais concreto : a lã de cordeiro pretende representar a ovelha perdida ou também a ovelha doente e a ovelha débil, as quais o pastor põe aos seus ombros e conduz às águas da vida. A parábola da ovelha transviada, que o pastor procura no deserto era, para os Padres da Igreja, uma imagem do mistério de Cristo e da Igreja.


Não se sabe com exatidão quais foram as primeiras regras para o uso do pálio, mesmo antes do século VI, quando já tinha um certo carácter litúrgico.Sabe-se que, em épocas mais remotas, o uso do pálio era limitado a certos dias. Seu uso indiscriminado foi permitido a Hincmar de Reims por Leão IV, em 851, e a Bruno de Colônia, por Agapito II, em 954, era contrário ao costume geral. Nos séculos X e XI, como hoje, a regra era limitar o uso do pálio alguns dias festivos e a algumas cerimônias. O caracter simbólico, unido agora ao pálio, data da época em que se tornou obrigatório aos metropolitas pedirem à santa Sé a permissão para seu uso. A evolução deste carácter estava completa no final do século XI. No século VI, o pálio era símbolo do ofício e do poder papal e, no decorrer dos séculos, se consolidou como símbolo da plenitude deste ofício pontifical. Foi este o motivo do Papa Felix IV entregado o pálio a seu arquidiácono Bonifácio e, contra-indo o costume, nomeou-o seu sucessor. Portanto, o pálio sempre significou a união com a Sé Apostólica e é ornamentado das virtudes que devem adornar aquele que usa. O nosso Amado Pontífice Bento XVI, agora fez algumas mudanças a respeito do uso do pálio por ele, é o que nos explica tão bem o Reverendíssimo Monsenhor Guido Marini ( Mestre de cerimônias de sua Santidade) ao Jornal "L'Osservatore Romano" :" Com estas mudanças se recupera um pouco da forma anterior ao pontificado de João Paulo II, ainda que mais largo e com cruzes vermelhas". (Anteriormente eram de cor negras) como vemos abaixo:

A Forma do do pálio papal mudou com o passar do tempo : desde a forma de faixa antiga à fita, a partir do século VI, até a forma atual que se originou no século X, e com seis cruzes negras incorporadas no século XV. O Papa Bento XVI utiliza até agora um pálio parecido aos que usavam antes do século X, cruzado sobre o ombro e com cinco cruzes vermelhas, símbolo das chagas de Cristo. Como explica Monsenhor Marini, o pálio cruzado sobre o ombro que Bento XVI utilizou até agora"trazia vários problemas e incoveniente, pelo que se decidiu voltar à forma Circular.






Fontes: www.tiosan. orenciclopedia
Jornal : "L'Osservatore Romano

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