Completou-se uma semana da tragédia em Santa Maria, no Rio
Grande do Sul. O incêndio que aconteceu na boate kiss e ceifou duzentas e
trinta e sete vidas de nosso meio ficará gravado em nossas recordações, como
sendo um acontecimento infeliz.
O amanhecer daquele domingo trouxe junto da aurora de um novo
dia, a sombra escura da morte que cobriu nosso estado, que cobriu o nosso amado
país. As notícias chegavam e a cada instante o número de mortos crescia, e
ainda cresce. Não há como não sentir-se consternado frente a esta brutalidade.
A irmã morte veio nos visitar e tirou de nosso convívio
jovens, repletos de esperança, de sonhos, de desejos. A morte parece ter nos
arrancado o presente, mas também o futuro.
Frente ao evento da morte nos sentimos frustrados, impotentes,
fracos! Nosso olhar –como cristãos- deve, nesta hora, voltar-se para a Cruz de
Cristo e dela devemos tirar forças para continuar nossa caminhada terrena, em
busca da perene alegria, que é o céu.
Deste acontecimento lamentável tiramos a lição que a morte
não marca horário, que a morte não dá prévia! Ela bate a nossa porta, mais cedo
ou mais tarde.
O homem pós-moderno, laicizado, tem certo receio de falar da
morte ou da dor. Seu hedonismo não permite abordar com franqueza esses eventos corriqueiros.
Por isso, dizer que a morte é uma das poucas certezas de nossa existência
humana significa afirmar uma loucura!
Para o católico fiel, a morte deve ser aguardada como um
último suspiro na terra. Sua passagem será considerada “um trânsito” para junto
do Pai.
Temê-la não se faz necessário visto que, devemos viver como
homens e mulheres que tem olhos fixos na Redenção, na salvação e na
santificação, que nada mais é que o coroamento de nossa existência.
O céu é a coroa dada pelo justo juiz, que tendo combatido o
bom combate e guardado a fé agora aguarda para comtemplar a face de Deus Pai.
Por isso, queridos irmãos, não temeremos a morte se a vida
for vivida plenamente. Com intensidade santa, com ardor apostólico, com ânimo
vibrante, com amor fulminante. Como diz o Filósofo Soren Kierkegaard: “O
instante é o momento do toque da eternidade no tempo”. Vivamos bem o hoje, o agora...
E o amanhã será colocado nas mãos do Justo Juiz.
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