Tomou-nos com demasiada surpresa e perplexidade a renúncia do
Papa Bento XVI à Cátedra de São Pedro. Logo, encontrar-se-á vaga a sede do
Vigário de Cristo na terra.
Os homens e mulheres de boa vontade, e também os de má
vontade, das mais variadas partes do mundo se perguntam: Por que Ratzinger
renunciou? O que, verdadeiramente, levou o Romano Pontífice a abdicar do
direito de governar à Igreja Católica?
Há muitos por aí: teólogos, professores, feirantes,
pedreiros, baderneiros que se tornaram especialistas em “análises de conjuntura
papal”. São os que saem por ai, ao leu, dando sua opinião e levantando as mais
absurdas hipóteses e teorias sobre a ação de Bento XVI: há quem diga que é
doença fatal, desgaste pelo banco vaticano, pela venerável Cúria Romana, pelos
escândalos sexuais e tantas, tantas outras mentiras e grosserias.
Creio eu que o papa teve sua saúde debilidade pelo peso da
idade, mas, também pelas intempéries que cercam o timão da barca de Pedro.
Assistimos com angústia sua última “missa do galo”, na qual notávamos um olhar
perdido e um profundo cansaço físico. Bento XVI já não é mais o mesmo desde
aquele abril de 2005.
Tendo consciência de suas fraquezas e debilidades físicas o
papa decidiu por bem renunciar. Na leitura da carta de renúncia ele alegou seus
motivos, mas, que não foram suficientes para muitos. Estes jamais conseguiram
compreender a essência deste gesto. Vivendo em mundo onde custa renunciar ao
“eu” pelo “nós”, onde é impensável deixar de lado nossos prazeres mesquinhos
pelo bem comum, ou pelo crescimento do outro, Bento XVI
sempre será incompreendido. Afinal, quem tem um coração dilatado de amor por
Cristo e por sua Igreja não será facilmente entendido.
Bento XVI se fez “humilde servo da vinha do Senhor”, se fez
pequeno, se abaixou, mas, encontrou de seus filhos ainda maior devoção e
filialidade. Grande dom de Deus para Igreja Universal, o papa Bento não sairá
pela porta dos fundos, mas, se retirará do sólio Pontifício como um homem a ser
imitado, um homem a quem queremos bem e por quem devemos rezar.
Este amado pastor nos ensina novamente que a Obra é de Deus e não
nossa. Que quem guia a Igreja é a Trindade e não nossos caprichos humanos. Oxalá
este exemplo possa nos fazer perceber que somos “simples e humildes
trabalhadores da vinha do Senhor”, e que, por amor, estamos a sua disposição.
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