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sábado, 23 de fevereiro de 2013

De um grande homem não esperava senão um ato de grande humildade



Tomou-nos com demasiada surpresa e perplexidade a renúncia do Papa Bento XVI à Cátedra de São Pedro. Logo, encontrar-se-á vaga a sede do Vigário de Cristo na terra.
Os homens e mulheres de boa vontade, e também os de má vontade, das mais variadas partes do mundo se perguntam: Por que Ratzinger renunciou? O que, verdadeiramente, levou o Romano Pontífice a abdicar do direito de governar à Igreja Católica?

Há muitos por aí: teólogos, professores, feirantes, pedreiros, baderneiros que se tornaram especialistas em “análises de conjuntura papal”. São os que saem por ai, ao leu, dando sua opinião e levantando as mais absurdas hipóteses e teorias sobre a ação de Bento XVI: há quem diga que é doença fatal, desgaste pelo banco vaticano, pela venerável Cúria Romana, pelos escândalos sexuais e tantas, tantas outras mentiras e grosserias.
Creio eu que o papa teve sua saúde debilidade pelo peso da idade, mas, também pelas intempéries que cercam o timão da barca de Pedro. Assistimos com angústia sua última “missa do galo”, na qual notávamos um olhar perdido e um profundo cansaço físico. Bento XVI já não é mais o mesmo desde aquele abril de 2005.

Tendo consciência de suas fraquezas e debilidades físicas o papa decidiu por bem renunciar. Na leitura da carta de renúncia ele alegou seus motivos, mas, que não foram suficientes para muitos. Estes jamais conseguiram compreender a essência deste gesto. Vivendo em mundo onde custa renunciar ao “eu” pelo “nós”, onde é impensável deixar de lado nossos prazeres mesquinhos pelo bem comum, ou pelo crescimento do outro, Bento XVI sempre será incompreendido. Afinal, quem tem um coração dilatado de amor por Cristo e por sua Igreja não será facilmente entendido.

Bento XVI se fez “humilde servo da vinha do Senhor”, se fez pequeno, se abaixou, mas, encontrou de seus filhos ainda maior devoção e filialidade. Grande dom de Deus para Igreja Universal, o papa Bento não sairá pela porta dos fundos, mas, se retirará do sólio Pontifício como um homem a ser imitado, um homem a quem queremos bem e por quem devemos rezar.

Este amado pastor nos ensina novamente que a Obra é de Deus e não nossa. Que quem guia a Igreja é a Trindade e não nossos caprichos humanos. Oxalá este exemplo possa nos fazer perceber que somos “simples e humildes trabalhadores da vinha do Senhor”, e que, por amor, estamos a sua disposição. 

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