Surgiu a fumaça na chaminé da Capela Sistina, parecia preta, mas, bastaram alguns segundos para percebermos que na realidade era branca. O repicar alegre dos sinos da Basílica de São Pedro confirmavam o que esperávamos: Temos um papa.
Enquanto a
multidão se comprimia em todos os arredores da basílica, nós aguardávamos em
frente à televisão. Mais alguns minutos de espera, que se tornaram
intermináveis pela ansiedade e pela curiosidade, e eis que então surge no balcão
o Cardeal Francês Jean-Louis Pierre Tauran um homem de baixa estatura, atacado pelo Parkinson que compromete sua
saúde. O proto-diácono do colégio cardinalício falou de modo tão rápido e tão
sem expressão que mal ouvimos o “habbemus papam”... Porém, conseguimos
identificar um nome: Georgium
Marium.
O homem inspirado
pelo Espírito-Santo e confirmado pelos senhores cardeais era o Primaz da
Argentina, Jorge Mario Bergoglio um jesuíta de 76 anos, que passou despercebido
pelos holofotes das câmeras e pelos ferrenhos comentários dos “vaticanólogos”.
O mundo se perguntava: da onde vem essa criatura? Quem será? O que vai falar?
Alguns minutos a mais de
espera e por volta das 20 horas e 30 minutos (horário de Roma). Vestindo apenas
a batina papal branca, sem a tradicional murça ou estola, acompanhado dos gritos
que o aclamavam e da execução da Marcha
pontifícia surge o novo papa:
É Jorge Mario Bergoglio!
Ele aparece no balcão, sem qualquer expressão no rosto, atônito frente à multidão reunida, que se esgueira para vê-lo e ouvi-lo. Naquele momento me perguntava: O que estará passando na cabeça deste pobre homem?
O papa pareceu assustado, talvez tenha se dado conta da
grandiosidade da missão a ser assumida. Levou alguns instantes para que aquele
argentino, ferrenho na defesa da vida e da justiça, tomasse consciência de onde
estava e o que agora representava para o mundo: É ele o 266° sucessor de São
Pedro.
Ele falou com simplicidade. Antes de dar a bênção pediu a
bênção. Gesto simples, mas carregado de grandeza e que gerou desconforto entre
muitos. Bergoglio é homem de poucas palavras, dado a frugalidades, sabemos que
em Buenos Aires renunciou ao Palácio Arquiepiscopal e que ele mesmo preparava suas
refeições. Não possuía carro próprio e andava pra lá e pra cá de metrô ou de
ônibus.
Recordo que há alguns anos, ele foi entrevista pela revista
italiana 30giorni, que o foi encontrar num asilo, onde costuma servir a
refeição para os necessitados.
Um papa que surge do novo mundo, o primeiro dentre os que
viram, surgiu simples, sem grandes expressões, mas carregado por nosso afeto
filial e por nossa oração.
Adotou o nome de Francisco, ainda não sabemos se é uma alusão
a Francisco de Assis ou a seu confrade Xavier. Cremos que seja ao jovem de
Assis, patrono da Itália, e porque não dizer que deveria ser da nova
evangelização.
O rico Francisco ouviu no século XII a voz do Pai que lhe
dizia: “Vai e reconstrói a minha Igreja”. Talvez o Papa que agora temos tenha
esse objetivo: reconstruir!
Reconstruir a Igreja de Jesus Cristo, marcada pelas chagas e
falhas humanas. Vivemos em um tempo de mudança, de crise, e precisamos de
testemunhas do evangelho, como dizia Paulo VI.
Francisco de Assis foi enviado por Deus, num dado momento da história para reconduzir sua Igreja ao essencial. Francisco o Papa é aquele que vem em nome do Senhor para nos reconduzir ao essencial, para nos fazer viver as verdades do evangelho e da fé nestes tempos de mudança.
Francisco de Assis foi enviado por Deus, num dado momento da história para reconduzir sua Igreja ao essencial. Francisco o Papa é aquele que vem em nome do Senhor para nos reconduzir ao essencial, para nos fazer viver as verdades do evangelho e da fé nestes tempos de mudança.
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