Há 35 anos todo o orbe cristão via subir ao Sólio Petrino um jovem cardeal polonês:
Karol Józef Wojtyła, Arcebispo de Cracóvia na longínqua Polônia.
I.
O Conclave
33 dias após a eleição de Albino
Luciani, como João Paulo I, os senhores cardeais eleitores retornam a Roma, a
cidade eterna, com a finalidade de eleger um novo sucessor de São Pedro, após a
inesperada morte do jovem papa sorriso.
O segundo conclave do ano de 1978 inicia-se em 14 de outubro. A imprensa noticia como “papaibili” o
conservador Arcebispo de Gênova, Cardeal
Giuseppe Siri e o reformador Arcebispo de Florença, Cardeal
Giovanni Benelli.
Três dias após o “extra-omnes” estava
eleito o sucessor do Papa Luciani. Contrariando todas as previsões mediáticas
fora eleito com 99, dos 111 votos, o Cardeal Wojtyla, de apenas 58 anos.
Conta-se que quando interrogado sobre sua
aceitação a eleição canônica da qual participara, ele respondeu:
"Com
obediência na fé em Cristo, meu Senhor, e com confiança na Mãe de Cristo e da
Igreja, apesar das grandes dificuldades, eu aceito”.
No tradicional
anúncio “Habemus papam”, feito pelo cardeal Pericle Felici, houve uma grande surpresa. A ação do Divino
Paráclito havia suscitado um homem até então desconhecido do mundo, porém, um
pastor verdadeiramente moldado ao Coração do Senhor.
Annuntio vobis gaudium
magnum:
Habemus
Papam!
Eminentissimum
ac Reverendissimum Dominum
Dominum
Carolum
Sanctæ
Romanæ Ecclesiæ Cardinalem Wojtyla
Qui
sibi nomen imposuit
Ioannis
Pauli
Já
na primeira saudação, do balcão da Basílica de São Pedro, o novo Papa quebrou
protocolos. Contrariando a tradição de seus antecessores, ele dirigiu algumas
palavras aos presentes à praça:
Queridos irmãos e
irmãs, todos estamos ainda tristes com a morte do querido papa João Paulo I. E
agora os eminentíssimos Cardeais chamaram um novo Bispo de Roma. Chamaram-no de
um país distante… Distante, mas sempre muito próximo pela comunhão na fé e na
tradição cristã. Tive medo ao receber esta nomeação, mas o fiz com espírito de
obediência a Nosso Senhor e com a confiança total na sua Mãe, a Virgem
Santíssima. Não sei se posso expressar-me bem na vossa... na nossa língua
italiana.
Se eu cometer um erro, por favor ‘corrijam”.
Roma tem um no
Bispo, a Igreja de Cristo possuí um novo pastor, que guiará o timão da barca de
Pedro pelas sendas deste mundo, rumo ao céus.
III.
A entronização
A missa
inaugural de seu pontificado, outrora chamada coroação, foi aguardada com
ansiedade. Sabia-se que nela se haveria de ditar os tons do novo papado. João
Paulo é jovial, simpático e cativador, homem das massas, capaz de mover
multidões.
Durante o Santo
Sacrifício da Missa ele mostrou-se piedoso, e em plena comunhão com o
magistério da Igreja, e o seu legado litúrgico. Durante a homilia, o novo Servo
dos Servos de Deus sentou-se e proferiu suas palavras com voz forte, que tomou
não apenas as ruas e vielas da velha Roma, mas, todo o mundo.
João Paulo não foi omisso as chagas do mundo contemporâneo. Durante seu longo pronunciamento falou sobre a missão do ministério petrino, sobre a dignidade do homem e denunciou vivamente os erros do comunismo. Disse com voz forte, que bradou os corações de todo o mundo: “Abri as portas a Cristo”!
João Paulo não foi omisso as chagas do mundo contemporâneo. Durante seu longo pronunciamento falou sobre a missão do ministério petrino, sobre a dignidade do homem e denunciou vivamente os erros do comunismo. Disse com voz forte, que bradou os corações de todo o mundo: “Abri as portas a Cristo”!
“Não tenhais medo de acolher
Cristo e de aceitar o Seu poder! E ajudai o Papa e todos aqueles que querem
servir a Cristo e, com o poder de Cristo, servir o homem e a humanidade
inteira! Não, não tenhais medo! Antes, procurai abrir, melhor, escancarar as
portas a Cristo! Ao Seu poder salvador abri os
confins dos Estados, os sistemas econômicos assim como os políticos,
os vastos campos de cultura, de civilização e de progresso! Não tenhais medo!
Cristo sabe bem "o que é que está dentro do homem". Somente Ele o
sabe!”
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