Celebramos a Festa da Conversão de São Paulo. A história deste apóstolo do Senhor já é conhecida de todos nós: o perseguidor que se tornou perseguido; de Saulo para Paulo; o judeu irrepreensível que se transformou no grande propagador da fé em Cristo Jesus.
Paulo era – segundo suas próprias
palavras - um “Judeu, nascido em Tarso
da Silícia, mas fui educado nesta cidade [Jerusalém], instruído aos pés de
Gamaliel, em todo o rigor da Lei de nossos pais e cheio de zelo pelas coisas de
Deus..." (cf At 22, 3). Um judeu profícuo, que após ter feito a
experiência com o Ressuscitado (cf Gal 1, 11-12). Foi capaz de ser uma das principais
colunas da Igreja de Cristo, sob qual está alicerçada nossa fé.
E a respeito desta experiência resplandecente, desta experiência com o Cristo Ressuscitado, o Santo Padre, Bento XVI, destaca que a “conversão de São Paulo não foi uma passagem da imoralidade à moralidade - a sua moralidade era alta; de uma fé errada a uma fé reta, a sua fé era verdadeira, embora fosse incompleta mas foi o ser conquistado pelo amor de Cristo”[1].
Com efeito, ao fazermos memoria de sua conversão somos também convidados a nos converter cotidianamente. Não por razões sinestésicas, meramente sentimentais; mas sim por razões concretas, que nos motivem à uma legítima transformação, não só de nossas vidas, mas, do meio à nossa volta.
Paulo e sua conversão sempre foram causa de
inspiração e de ânimo para nossa vida como homens e mulheres cristãos. Foi no longínquo
25 de janeiro de 1554, quando Frei José de Anchieta celebrou “em paupérrima e
estreitíssima casinha, a primeira missa”[2],
onde alguns anos depois o colégio foi construído e se tornaria o embrião da
atual cidade de São Paulo.
O Apóstolo do Brasil – que muito em breve será canonizado - consagrou ao Apóstolo dos Gentios o que séculos mais tarde seria a maior cidade de nosso país e a terceira maior arquidiocese do mundo. Uma metrópole que possui, desde os primórdios, um solo cristão em suas raízes e tem o patrocínio de São Paulo desde a sua origem.
Hodiernamente esta cidade homônima ao
Apóstolo dos gentios constituiu-se rica em contrates, sendo possível encontrar
grande suntuosidade em paralelo à extrema pobreza; grandes concentrações
religiosas - como a canonização do primeiro santo brasileiro, Frei Galvão -,
como excessivas manifestações culturais contraditórias aos ensinamentos da Santa
Igreja.
Mas qual a razão para a origem e proliferação destas contradições?
Mas qual a razão para a origem e proliferação destas contradições?
A resposta para este pertinente infortúnio é simples, é a omissão, ou total abandono da vida eclesial. No ano de 2007 o Papa Bento XVI, em um discurso na própria cidade de São Paulo, nos apontou o razão para tal consequência.
Sua Santidade justificou que a “falta de uma evangelização em que Cristo e a sua Igreja estejam no centro de toda explanação. As pessoas mais vulneráveis ao proselitismo agressivo das seitas - que é motivo de justa preocupação – e incapazes de resistir às investidas do agnosticismo, do relativismo e do laicismo são geralmente os batizados não suficientemente evangelizados, facilmente influenciáveis porque possuem uma fé fragilizada e, por vezes, confusa, vacilante e ingênua, embora conservem uma religiosidade inata”[3].
Destarte, que a exemplo destes dois grandes
homens de Deus – Paulo o Apóstolo dos gentios e Anchieta o Apostolo do Brasil -
sejamos capazes de zelarmos por uma fé viva e ardente, aumentando em nós uma
lealdade mais plena, e uma conversão diária, afim de que o nosso orgulho
diminua e Cristo cresça em nós.
São Paulo precisou não enxergar para ver a luz do caminho, da verdade e da vida. Esta conversão nos deixou uma lição importante: que ao fecharmos os olhos ao nosso orgulho, possamos abri-los à Cristo e ao próximo. Rogamos a São Paulo, que por sua conversão “oferece-nos o modelo e indica-nos a vereda para caminhar rumo à plena unidade”[4].
[1] Homilia do Papa Bento XVI, 25 de janeiro de 2009. http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/homilies/2009/documents/hf_ben-xvi_hom_20090125_week-prayer_po.html
[2] Portal São Francisco: História da cidade de São Paulo - Fundação. Página visitada em 23 de janeiro de 2014. http://www.webcitation.org/66M19W25G
[3] Discurso do Papa Bento XVI, 11 de maio de 2007. http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/speeches/2007/may/documents/hf_ben-xvi_spe_20070511_bishops-brazil_po.html
[4] Homilia do Papa Bento XVI, 25 de janeiro de 2009.
[2] Portal São Francisco: História da cidade de São Paulo - Fundação. Página visitada em 23 de janeiro de 2014. http://www.webcitation.org/66M19W25G
[3] Discurso do Papa Bento XVI, 11 de maio de 2007. http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/speeches/2007/may/documents/hf_ben-xvi_spe_20070511_bishops-brazil_po.html
[4] Homilia do Papa Bento XVI, 25 de janeiro de 2009.
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