Em um momento onde parecem pairar sobre nós a dúvida e
a incerteza, resta-nos a confiança de que a Igreja age pela ação do Paráclito.
Ao sermos assaltados pela notícia da renúncia do Pontífice, Bento XVI, surge em
nosso interior um sentimento de receio, ou ainda de desesperança. Porém, agora
é à hora de praticarmos as propostas do Ano da Fé. É o momento para se praticar
a Fé, confiando que a barca (Igreja) tem como timoneiro o próprio Deus, único
Senhor da Messe.
Devemos levar em conta, a nobreza de Bento XVI, ao
reconhecer sua debilidade e suas muitas contribuições. “Tu és Pedro e sobre
esta pedra edificarei minha Igreja” (Mt 16,18). O novo é sempre algo que nos
surpreende e nos deixa, “sem chão”. Mas precisamos encarar este momento como
algo legítimo. Para cada caso a Igreja possui as regras e normas a serem
aplicadas, este ato de renúncia é canônico e previsto no Cânon 187 – “Qualquer
um, cônscio de si, pode renunciar a um ofício eclesiástico por justa causa”. É
algo inédito na era moderna, porém, válido.
A nós fiéis católicos, colaboradores do Vigário de
Cristo, resta elevarmos a Deus nossa prece de gratidão pelo pontificado deste
zeloso Pastor e pedir que as luzes do Espírito Santo venham sobre a Igreja,
reunida em Conclave, para a escolha de um novo Vigário de Cristo. Reconheçamos
este gesto de humildade e coragem, de abnegação e fidelidade a Igreja de Jesus
Cristo.
Um momento como este, lembra-nos da obra literária (Quo
vadis?) de Henryk Sienkiewicz, quando o Apóstolo Pedro fugindo de Roma, com
medo da perseguição, se depara com Jesus que vai em direção a Roma, e Pedro
pergunta: “Quo vadis, Domine?” (Aonde vais, Senhor?), e Jesus respondeu: “Eu
vou morrer mais uma vez por ti!”.
Mediante o ocorrido somos remetidos a tal cena, e
podemos imaginar algo semelhante às avessas. E quando se fechou as cortinas do
balcão da Basílica vaticana, Jesus perguntou ao sucessor de Pedro: Quo Vadis,
Petrus?
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