Páginas

Mostrando postagens com marcador Arquidiocese de Porto Alegre. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Arquidiocese de Porto Alegre. Mostrar todas as postagens

domingo, 29 de junho de 2014

Solenidade de São Pedro e São Paulo e imposição do Pálio Pastoral

Às 09 horas e trinta minutos, no horário romano, iniciou na Basílica de São Pedro a celebração da Solenidade dos Apóstolos Pedro e Paulo, com a imposição do Pálio Pastoral a 24 metropolitas de todo o Orbe.


Francisco, paramentado de maneira sóbria, porém, solene, ingressou – sob forte calor europeu - na monumental Basílica Romana. O olhar de milhares de cristãos, presentes ou não à Cidade Eterna, estavam voltados para aquele que celebraria o Santo Sacrifício da Missa, em honra de Pedro e Paulo, as colunas sob as quais está alicerçada à Igreja.



No último ano Francisco nomeou 27 novos Arcebispos Metropolitanos, dos quais 24 foram a Roma para, de suas mãos, receber o Pálio Pastoral. O pálio é um indumentária litúrgica que simboliza o vínculo das sedes metropolitanas a sede romana.

De fato, nesta celebração – como em tantas outras das quais o Baldaquino de Bernini já foi testemunha – se vê a universalidade da Igreja, reunida e congregada sob a guia de Pedro. 

Papa impõe o Pálio ao Arcebispo de Pouso Alegre
Os Arcebispos Metropolitanos são oriundos da Índia, Costa Rica, Escócia, Brasil, França, Estados Unidos, Nigéria, Paquistão, Áustria, Malawi, Madagáscar, Chile, Filipinas, Uganda, Uruguai, Tanzânia, Inglaterra, Vietnã, Polônia e Indonésia. 


Por motivos diversos dos 27 nomeados, três receberam o pálio em sua Sé, em Malawi, Mianmar e Alemanha.




Como de costume nesta celebração esteve presente também uma delegação do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla. O metropolita de Pérgamo, Ioannis Zizioulas, representou Bartolomeu na festa de São Pedro. Em 30 de novembro, Festa de Santo André, uma delegação católica romana irá a Istambul, na comemoração de seu patrono.

Hoje, pela primeira vez desde que foi eleito, Francisco utilizou um pálio sem adornos ou de tamanho diferente ao que é entregue aos metropolitas. Fez uso da chamada férula conciliar e do anel do pescador, recebido quando de sua entronização.

Papa impõe o Pálio ao Arcebispo de Porto Alegre
Na homilia o Papa destacou a importância de não ceder as malidiscências ou fofocas: "O Senhor nos pede para não perder tempo em conversas fúteis ou questões; não insistir em coisas pequenas, mas olhar para o essencial e siga-lo. "


A homilia foi centrada na ideia do medo e de tudo aquilo que nos aprisiona, porém, "Pedro percebe que o Senhor nos libertou do medo e correntes. Sim, o Senhor nos liberta do medo e de cada cadeia - disse o Papa -, para que possamos ser verdadeiramente livres ".




Na oração dos fiéis, a assembleia rezou-se em diversas línguas por variadas intenções: pela Igreja assente na rocha de Pedro (em russo), pelos novos arcebispos metropolitas (português), por todos os povos da terra e seus governantes (chinês), pelas pessoas pobres, solitárias ou idosas (francês) e pelos cristãos em geral (em língua iorubá, que se fala numa parte da Nigéria).




Nesta Festa de São Pedro e de São Paulo nos unimos ao sucessor de Pedro e a todos os Metropolitas que receberam o pálio pastoral. Rogamos ao Senhor que lhes cumule de muitas bênçãos do céus.

sábado, 28 de junho de 2014

O Pálio Pastoral e os Metropolitas


29 de junho, Festa de São Pedro e de São Paulo, o Santo Padre o Papa Francisco entregará o Pálio Pastoral a todos os Arcebispos Metropolitanos que foram nomeados no último ano, entre eles está o Arcebispo de Porto Alegre, Dom Jaime Spengler, OFM e o de Pouso Alegre, Dom José Luiz Majella Delgado, CSsR.



Spengler, que é o mais jovem Arcebispo do Brasil com 53 anos, tomou posse da Arquidiocese de Porto Alegre em 15 de novembro de 2013, em celebração realizada na Catedral Metropolitana Madre de Deus.

Oriundo da Ordem dos Frades Menores (OFM) era desde março de 2012, quando foi ordenado, era Bispo-Titular de Patara e Auxiliar da Sé gaúcha. Sua sucessão a Dom Dadeus Grings, o antigo metropolitana, aconteceu dois anos após a renúncia do velho prelado.

Seu lema episcopal é "In cruce gloriare" - Gloriar-se na Cruz.








Dom Majella Delgado nasceu em Juiz de Fora e tem 60 anos de idade.

Ainda criança fez-se religioso na Congregação do Santíssimo Redentor, os redentoristas. Foi ordenado sacerdote em março de 1981.

Em dezembro de 2009 o Papa-Emérito Bento XVI o nomeou Bispo da Diocese goiana de Jataí, ainda vacante. Sua sagração episcopal se deu em 27 de fevereiro de 2010. 

Em 28 de maio foi nomeado para a Sé Metropolitana de Pouso Alegre, Minas Gerais. Atualmente é também o Presidente do Regional Centro-Oeste da CNBB.

Seu lema episcoal é: “Servir por amor”.


O pálio é uma insígnia de lã branca, de 05 centímetros de largura e formada por dois apêndices, que comporta em si 06 pequenas cruzes bordadas em lã preta. A história desta antiga indumentária remonta ao Império Romano, mas, sua estrutural atual em forma de “Y” já poderia ser observada em representações do século VIII.

O pálio que é entregue aos Arcebispos Metropolitanos, ou seja, aqueles que possuem e estão à frente de uma diocese, quer representar a unidade dos bispos, espalhados nos cinco continentes, com o sucessor de Pedro, o Papa.

O pálio, feito da lã, quer também indicar a missão do Arcebispo como pastor, que carrega em seus ombros o rebanho a ele confiado, a ovelha ferida e desgarrada que é conduzida sob os ombros a exemplo de Jesus, que é sumo sacerdote e bom pastor.


















Segundo uma antiga tradição no dia 21 de janeiro, quando celebra-se Santa Inês (que em latim se escreve Agnes e significa cordeiro) o Papa dá a bênção a duas pequenas ovelhas que são entregues a uma grupo de religiosas beneditinas residentes ao mosteiro de Santa Cecilia in Trastevere, cuja abadessa presencia a bênção. Lá as ovelhas são tosquiadas e se procede a tecelagem para a confecção dos novos pálios.















Depois de prontos, no dia 24 de junho, na festa de São João Batista aquele que anunciou o Cordeiro de Deus, os pálios são colocados em uma urna que é depositada sob a tumba de São Pedro, tornando-se assim uma relíquia de terceiro grau. Lá as insígnias permanecerão até a missa da manhã do dia 29 de junho quando o Papa imporá o pálio a todos os Arcebispos Metropolitanos, que são Bispos Diocesanos espalhados por todo mundo.



Depois da entrega os bispos retornam as suas dioceses portando o pálio pastoral. Ele será utilizado nas celebrações litúrgicas – como a Santa Missa – dentro de qualquer diocese de sua circunscrição eclesiástica, ou seja, da sua Arquidiocese e das Diocese que possui como suas sufragâneas e sob as quais ele exerce o papel de referência da comunhão com a Igreja Católica, na sua união com o Bispo de Roma, que é o Papa. (Cânon 437 § 2º do CDC)


No caso de renúncia o Arcebispo passa a não fazer mais uso do pálio. No caso de transferência ele pedirá ao Santo Padre um novo pálio, que lhe será novamente entregue. Todos os Arcebispos Metropolitanos, mais o Patriarca Latino de Jerusalém e o Decano do Colégio de Cardeais possuem o direito de portar o pálio.


Na América, na África, na Ásia, na Oceania e na Europa – em todos os cantos do mundo – o pálio é o sinal da unidade com Pedro, que nos governa na caridade. O Bispo, como pai e pastor, nos conduz como ovelhas em seus ombros. Portanto, o pálio não é uma simples indumentária ou uma condecoração, mas, é um sinal claro e visível do nosso desejo sempre crescente de formar unidade e criar comunidade em Cristo Jesus.



terça-feira, 13 de maio de 2014

Arcebispo Emérito Dom Altamiro Rossato, Mons. Lorenzatto e Côn. Jotz falecem no dia de hoje em Porto Alegre

A Arquidiocese de Porto Alegre está em luto: num mesmo dia, 13 de maio de 2014, 
faleceram três grandes homens na história desta Igreja Particular: 

Dom Altamiro Rossato, CSsR, Mons. Antônio Domingos Lorenzatto e Côn. Edgar Jotz. 

Da esquerda para a direita: Mons. Lorenzatto, Dom Altamiro Rossato e Côn. Jotz.


Durante a madrugada o quinto Arcebispo Metropolitano, Dom Altamiro Rossato entregou sua alma Deus, na idade de 88 anos. Ao amanhecer, o sacerdote mais velho daquele clero foi chamado à contemplar a face de Pai: Mons. Antônio Domingos Lorezantto morreu ao 93 anos. E, no findar do dia, foi anunciada a junção do Cônego Edgar Jotz, com 84 anos, aos irmãos no sacerdócio, rumo a Casa do Pai.

Dom Altamiro: O missionário que virou professor, o professor que virou Bispo! 

O prelado faleceu por volta das 04 horas de hoje, 13 de maio, no Hospital da Santa Casa de Misericórdia, em Porto Alegre, onde estava internado. 


Aos 88 anos de idade Altamiro foi vítima de uma série de complicações respiratórias e faleceu em decorrência de muitos problemas de saúde, adquiridos ao longo dos anos.






Nascido em Tuparendi, no interior do Rio Grande do Sul, em 23 de junho de 1925, muito cedo ingressou e foi membro da congregação do Santíssimo Redentor, os redentoristas. Como filho de Santo Afonso Maria de Ligório foi ordenado sacerdote em 27 de dezembro de 1951 


No ano seguinte, 1952, bacharelou-se em Filosofia pela Pontifícia Universidade Santo Tomás de Aquino (Angelicum), em Roma. Nesta mesma universidade, em 1953, fez o Mestrado e o Doutorado em Filosofia. Em 1955, ainda no Angelicum, tornou-se Mestre em Teologia, e no Instituto de Espiritualidade de Santo Tomás, em Roma, doutorou-se em Espiritualidade.


Durante toda a sua vida foi professor, costuma dizer: “Queria ser missionário e por isso entreguei numa congregação de missionários. Quando me acostumei com a ideia de ser catedrático e até estava gostando me fizeram Bispo”. 


Em 2 de março de 1986 foi ordenado para a Diocese de Marabá, no Pará, em sucessão a Dom Frei Alano Maria Pena, OP. Lá permaneceu 1989 quando então foi elevado a dignidade de Arcebispo, como coadjutor em Porto Alegre com direito a sucessão. Em 17 de julho de 1991 sucedeu a Dom João Cláudio Colling como V Arcebispo Metropolitano de Porto Alegre, em cerimônia que aconteceu na Catedral Metropolitana Madre de Deus. 


Guiou a vasta Arquidiocese da capital gaúcha por 10 anos. Durante este período reorganizou a pastoral, através do IX Plano de Pastoral da Arquidiocese de Porto Alegre, iniciado por seu intercessor, e teve a missão de guiar esta porção do povo de Deus no início do novo milênio, para tal foi um grande promotor das missões populares, no ano santo de 2000. 

À esquerda está Dom Dadeus Grings, Arcebispo Emérito e sucessor direto de Dom Altamiro que está ao centro, e à direita se encontra o atual Arcebispo Metropolitano de Porto Alegre, Dom Jaime Spengler.


Seu lema episcopal: “Fiat Voluntas tua” revela o desejo de sempre e em tudo ter feito a vontade de Deus que o chamou. Hoje rezemos pedindo que o Senhor acolha este servo fiel e se digne conceder-lhe a coroa do justo juiz! 


Seu velório inicia hoje a tarde na Catedral Metropolitana, no centro de Porto Alegre. Amanhã cedo, às 09h30min haverá missa de exéquias, seguida do sepultamento que será no interior da igreja Catedral.

Mons. Antônio: o cerimoniário e historiador!

Monsenhor Antônio Domingos Lorenzatto Nasceu aos 13 de junho de 1920 na cidade gaúcha de Guaporé. Inicialmente foi seminarista da Companhia de Jesus, os jesuítas, mas, acabou por transferir-se para o clero secular e frequentou, desde 1939, o Seminário Menor São José de Gravataí, inaugurado um ano antes, em 19 de março de 1938. 

Em 30 de novembro de 1947 foi ordenado sacerdote na capela daquele mesmo Seminário por Dom Alfredo Vicente Scherer, mais tarde Cardeal da Santa Igreja. Vicente havia sido sagrado Bispo há poucos meses e chamava a Mons. Antônio e seus colegas de "filhos primogênitos na ordem sacerdotal". 


Sua vida e seu ministério estiveram intimamente ligados ao Seminário de Gravataí e a Dom Vicente. Durante os dois anos imediatos a sua ordenação presbiteral residiu no antigo Palácio Arquiepiscopal, que havia na Rua Mostardeiro, e ocupava a função de secretário-particular do Sr. Arcebispo. 


Após sua renúncia ao governo pastoral de Porto Alegre, em 1981, o Cardeal Vicente Scherer passou a residir junto ao Hospital Divina Providência, onde Mons. Antônio era capelão. Novamente o padre exerceu a função de secretário particular do purpurado até sua morte em 8 de março de 1996, quando - segundo contava o próprio padre - "eu lhe fechei piedosamente os olhos". 


Durante o ano de 1950 o Arcebispo decidiu retirar os jesuítas da guia do seu seminário menor e enviou para lá um grupo de sacerdotes diocesanos, ao distinto grupo formado por Côn. Edmundo Muller, Pe. Afonso Schmidt, Pe. Atílio Fontana, Pe. João Wagner, Pe. Ruben Neis, Pe. Paulo Scopel, Pe. Waldemar Puhl, Pe. Sérgio Raupp, Pe. Antônio Guilherme Grings, Pe. Egelberto Hartmann, Pe,. Luiz Weber se somou o jovem Padre Antônio Domingos Lorenzatto. Lá lecionou História Geral, Latim, Geografia e Ensino Religioso. Neste período foi professor de inúmeros seminaristas, dentre eles alguns Bispos Dom José Mário Stroeher, Dom Paulo Antônio de Conto, Dom José Clemente Weber, Dom Sinésio Bohn, Dom Gentil Delazari e Dom Dadeus Grings


Durante sua vida foi ainda o grande Cerimoniário da Arquidiocese de Porto Alegre, nos episcopado de Dom Claudio Colling e do hoje falecido Dom Altamiro Rossato, que em 23 de fevereiro de 1971 o nomeou para atender a Gruta de Nossa Senhora de Lourdes e o Hospital Divina Providência como capelão. 


Em 1980, recebeu o título de Cônego Titular do Cabido Metropolitano de Porto Alegre. A Santa Sé, em 1984, conferiu a ele o título de Monsenhor prelado de honra de Sua Santidade. Em 1999 tornou-se Prior da Ordem Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém


Mons. Lorenzatto preside a Santa Missa no Seminário Maior da Arquidiocese de Porto Alegre

Em 2010 foi transferido para o Lar Sacerdotal da Arquidiocese de Porto Alegre, onde residem os padre idosos e doentes, junto ao Seminário Menor São José, na cidade de Gravataí, onde sua caminhada vocacional começou.

Rendemos graças a Deus por este grande sacerdote gaúcho que hoje entrega sua alma a Deus. Seu corpo será velado na capela do Seminário Menor e amanhã será levado para a Catedral Metropolitana de Porto Alegre, onde junto do féretro de Dom Altamiro se celebrará missa de exéquias, seguida de sepultamento na Gruta de Nossa Senhora de Lourdes. 

Cônego Edgar Jotz

Nascido em 19 de novembro de 1929 em Alto Feliz. Realizou seus estudos na Arquidiocese de Porto Alegre, e foi ordenado sacerdote em 09 de dezembro de 1956. O cônego foi muito conhecido ao longo de seu ministério pelo amplo engajamento social que teve na cidade de Porto Alegre.

Em inúmeras oportunidades organizou eventos de apoio as questões sociais, envolvendo-se em questões ligadas ao meio ambiente, saúde e educação. Abrigou estudantes perseguidos pela Ditadura Militar, e sofreu punições militares por tal ato.

Pelas atividades realizadas em nome da sociedade porto-alegrense, no ano de 2006 recebeu o título de Cidadão de Porto Alegre, em ato solene realizado na Câmara Municipal de Vereadores, em 05 de outubro do mesmo ano.

Por mais de 50 anos esteve a frente da Paróquia Santa Cecília, localizada no bairro homônimo na capital sul-riograndense. Em razão dos diversos problemas de saúde, teve grandes dificuldades em exercer com vigor seu ministério e sobretudo, seu gosto especial pela música, sendo um grande organista.

Faleceu na tarde de hoje no Hospital São Francisco, no Complexo Hospitalar da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre. Seu corpo será levado para a Catedral Metropolitana, onde já ocorre o velório do Arcebispo Emérito, Dom Altamiro Rossato.

Amanhã, às 09h30min, serão celebradas na Catedral Metropolitana as exéquias pelo Arcebispo Metropolitano de Porto Alegre, Dom Jaime Splengler, com missa de corpo presente de Dom Altamiro Rossato, Côn. Jotz e Mons. Lorenzatto.

Após esta missa, o corpo de Côn. Edgar será levado para a Paróquia Santa Cecília, onde ocorrerá nova missa no turno da tarde desta quarta-feira, também presidida pelo Arcebispo, Dom Jaime Splengler.


Requiescant in pace


Atualizado em 13 de maio de 2014, às 17h55min. 


segunda-feira, 28 de outubro de 2013

V Congresso Eucarístico Nacional: 1948 em Porto Alegre

Altar-Monumento construído no Parque Farroupilha.

Há 65 anos, em 28 de outubro de 1948, inciava-se na cidade de Porto Alegre - capital do Rio de Grande do Sul - o V Congresso Eucarístico Nacional, cujo lema foi: Ação Social. Um evento católico que marcou a fé dos gaúchos e de todos os brasileiros de então. 

O Congresso aconteceu na cidade de Porto Alegre, marcando o centenário de criação da Diocese de  São Pedro do Rio Grande do Sul, erigida canonicamente pelo Beato Papa Pio IX em 07 de maio de 1848, pela bula Ad oves dominicas.

Cem anos mais tarde - em 1948 - em Roma reinava glorioso o Papa Pio XII, que faleceria apenas dez anos mais tarde, em 1958. Já em Porto Alegre, o Arcebispo era o jovem Dom Alfredo Vicente Scherer, de 45 anos, que governa a Sé-capital dos gaúchos havia pouco mais de um ano.

             Dom João Becker                 
Scherer havia sido eleito e nomeado Bispo Titular de Emeria e Auxiliar do Conde Dom João Battista Becker, que desde 1912 guiava com seu báculo forte a vasta Arquidiocese Gaúcha. Adoentado há mais uma década, o Conde Becker, que era de origem alemã, mas radicado em Porto Alegre, decidiu pedir a Santa Sé um bispo auxiliar. 

Becker decidiu que seu auxiliar seria sagrado na festa de São Pedro e São Paulo do ano de 1946, mas não resistiu e faleceu pouco antes, em 15 de junho daquele ano. 

Cardeal Alfredo Vicente Scherer

A sagração de Mons. Vicente Scherer ficou suspensa até 23 de fevereiro de 1947, quando o então Núncio Apostólico no Brasil, Dom Carmo Chiarlo, lhe conferiu a ordenação episcopal, tendo como co-sagrantes Dom José Baréa, Bispo de Caxias do Sul, e Dom José Newton de Almeida Baptista, Bispo de Uruguaiana, ambos sufragâneos de Porto Alegre.

Na tarde do mesmo dia, Alfredo Vicente Scherer tomou posse como III Arcebispo de Porto Alegre. Tinha pela frente grandes desafios pastorais, entre eles a conclusão das obras da Catedral Madre de Deus e a organização do V Congresso Nacional.

Scherer guiou a Arquidiocese gaúcha até 1981. Em 1969, entretanto, o Papa Paulo VI o fizera Cardeal da Santa Igreja, com o título presbiteral de Nossa Senhora da Salete. Faleceu em 8 de março de 1996, seus restos mortais repousam na Catedral Madre de Deus de Porto Alegre.

O Congresso foi antecedido por três dias de retiro para os Bispos. Entre os dias 20, 21 e 22 de outubro de 1948, no extinto seminário central de São Leopoldo, aconteceu o primeiro retiro para o episcopado brasileiro, que foi pregado pelo Sr. Cardeal Antonio Caggiano, então Bispo de Rosário na Argentina.



Programação do Congresso Eucarístico
Os purpurados: Ao centro o Arcebispo do Rio, Dom Câmara e o Arcebispo de São Paulo, Vasconscelos
A esquerda: o Arcebispo de Porto Alegre, Vicente Scherer e a Direita: o Núncio Apostólico, Chiarlo,

A abertura solene do V Congresso Eucarístico se deu em 28 de outubro, com Missa Pontifical cantada pelo Arcebispo de São Paulo, o Sr. Cardeal Carlos Carmelo de Vasconcelos Mota. 

Nos demais dias houve catequeses, primeiras comunhões e Adoração ao Santíssimo Sacramento, exposto 24 horas por dia na centenária Igreja de Nossa Senhora das Dores. 









As Santas Missas, eram celebradas no Altar-Monumento erguido no Parque Farroupilha, comumente chamado de Redenção. 

Em cada Missa, tomavam a palavra - para o sermão - ilustres nomes do episcopado nacional e latino-americano. Entre eles:

S. Excia. Revma. Dom Carlos Chiarlo, Núncio Apostólico do Brasil, Sua Eminência o Cardeal Dom Jaime de Barros Câmara, Arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro, Sua Eminência o Cardeal Dom Carlos Carmelo de Vasconcellos Mota, Arcebispo de São Paulo, Sua Eminência o Cardeal Dom Antonio Caggiano, Bispo de Rosário (Argentina), Sua Excia. Revma. Dom Augusto Álvaro da Silva, Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Presidente da Comissão Episcopal dos Congressos Eucarísticos Nacionais, e Sua Excia. Revma. Dom Vicente Scherer, Arcebispo Metropolitano de Porto Alegre, dentre outros eclesiásticos.

Na ocasião, se fez presente também o Presidente da República, Sr. General Eurico Gaspar Dutra.



O V Congresso Eucarístico Nacional se encerrou em 31 de outubro, com Missa Pontifical e um solene cortejo com o Santíssimo Sacramento pelas ruas da cidade de Porto Alegre, coroando-se com o Angelus e a locução papal de Pio XII, que de Roma saudou os peregrinos gaúchos e brasileiros que se encontravam no Congresso.


Lembrança do Congresso
Para a ocasião do Congresso, o então Arcebispo, junto com o Cabido Metropolitano, mandou fazer diversos vasos sagrados, alfaias e mobiliários para a solene ocasião. Diversas paróquias da Arquidiocese Portalegrense conservam ainda cálices, cibórios e patenas com o brasão de armas do Arcebispo Scherer e o escudo do V Congresso Eucarístico Nacional.

Na Catedral Metropolitana, a Cátedra utilizada pelo Arcebispo de Porto Alegre é aquela que foi confeccionada para a ocasião. Nela vemos o Brasão de armas de Sua Santidade o Papa Pio XII (acima), que era o Papa da época, e de Dom Vicente Scherer (abaixo).





Uma das peças que também se preservam é o ostensório oficial do V Congresso Eucarístico, que se conserva no acervo metropolitano e é utilizado anualmente na procissão de Corpus Christi, presidida pelo Arcebispo da Cidade.


Nas portas e paredes dos lares católicos foi posto este lacre, que continha o Brasão de Armas do Congresso Eucarístico Nacional, cujo lema foi a Ação Social. 

Repare que de um lado há o ano de 1848, em alusão à criação da Diocese de São Pedro do Rio Grande do Sul, e do outro lado o ano do Congresso, 1948. 


Pingentes ou broches como esse foram confeccionados e utilizados por homens e mulheres da época. Os católicos brasileiros, em particular os gaúchos, davam testemunho de sua fé e seu amor ao Cristo Sacramentado até mesmo na indumentária. 


Outro elemento a ser recordado é livro de cantos do Congresso. Sob a regência de Mons. Leopoldo Hoff, padre do clero de Porto Alegre, foram feitos os mais belos hinos a Jesus Sacramentado. Entre eles o hino do Congresso "Hóstia Branca", que é popularmente utilizado até hoje.



Enfim, encerrando esta feliz recordação, eis os selos do Correio, comemorativos ao Congresso de 1948.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Nomeado novo Arcebispo de Porto Alegre

Sua Santidade o Papa Francisco nomeou nesta manhã, 18 de setembro, um novo Arcebispo para a Sé Metropolitana de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.

Conforme o cânon 401 do Código Direito Canônico, o atual antítese Dom Dadeus Grings, apresentou sua renúncia em 2011, ao completar 75 anos de idade. Para sucedê-lo, o Santo Padre nomeou o atual Bispo-Auxiliar de Porto Alegre,
Dom Jaime Spengler, OFM. 




Nascido em Gaspar, no Estado de Santa Catarina, Spengler nasceu em 06 de setembro de 1960. Fez-se frade menor Franciscano em  20 de janeiro de 1982, quando foi admitido no Noviciado na cidade de Rodeio. Fez a Profissão Solene, no dia 8 de dezembro de 1985; nos anos de 1986 e 1987 cursou Filosofia no Instituto Filosófico São Boaventura de Campo Largo, posteriormente cursou Teologia primeiramente no Instituto Teológico Franciscano de Petrópolis, no Rio de Janeiro e depois concluiu no Instituto Teológico de Jerusalém em Israel no qual, em 1990, obteve a especialização em Sagradas Escrituras. Recebeu a ordenação diaconal no dia 29 de junho de 1989, na cidade de Nazaré, em Israel. Regressando ao Brasil foi ordenado sacerdote no dia 17 de dezembro de 1990.


Aos 10 de novembro de 2010 foi nomeado pelo Papa Bento XVI como bispo titular de Patara e auxiliar da Arquidiocese de Porto Alegre. Dom Jaime foi ordenado bispo no dia 5 de fevereiro de 2011 na Paróquia São Pedro Apóstolo, na cidade de Gaspar, sua cidade natal. por Dom Lorenzo Baldisseri, então Núncio Apostólico no Brasil, e tendo como co-sagrandes Dom Dades Grings, Arcebispo de Porto Alegre e Leonardo Ulrilich Steiner, Bispo-Auxiliar de Brasília e Secretário Geral da CNBB. 

O lema episcopal de Dom Jaime é "In cruce gloriari" - Gloriar-se na Cruz de Cristo. 

Dom Dadeus Grings passa a ser o Administrador Diocesano até a posse canônica de Dom Jaime Spengler que está marcada para 15 de novembro próximo. 
Natural de Nova Petrópolis, no interior do estado gaúcho, Dadeus Grings ainda tem saúde forte e lucidez. Governou a Sé Porto-alegrense, uma das maiores do país, por praticamente dois anos a mais que o esperado. 

Oriundo do próprio clero de Porto Alegre, foi nomeado Bispo de São João da Boa Vista em São Paulo, em 1991. Sendo ordenado na Catedral Metropolitana Madre de Deus de Porto Alegre a 15 de março daquele mesmo ano. 

Em São João permaneceu até 2000, quando o Beato João Paulo II o nomeou Arcebispo-Coadjutor, com direito a sucessão de Dom Altamiro Rossatto, CSSR, ainda vivo, a quem substituiu em fevereiro de 2001.

Seu lema episcopal é Veritas vos liberati! 



Nossa saudação a Dom Jaime Spengler, OFM, Arcebispo-Eleito de Porto Alegre e a Dom Dadeus Grings, Arcebispo-Emérito de Porto Alegre. Que o bom Deus os cumule de bênçãos pelo seu fecundo ministério episcopal. E que a porção do povo de Deus que está na Capital dos gaúchos seja sempre mais iluminada! 



domingo, 23 de junho de 2013

Homenagem aos Seminaristas

No dia 21 de Junho, a Santa Igreja celebrou a memória de São Luís Gonzaga, conhecido como Patrono dos seminaristas. 

Aos 12 anos recebeu a Primeira Comunhão das mãos de São Carlos Borromeu e manifestou seu desejo de entrar para a vida religiosa. . Na tentativa de dissuadi-lo, seu pai enviou-o às cortes de Ferrara, Parma e Turim, mas nada conseguiria removê-lo de sua intenção. Finalmente pôde realizar o seu ideal e entrar para a Companhia de Jesus. Dedicou-se aos doentes e escolheu para si as incumbências mais humildes, esquecendo-se totalmente de sua origem nobre. Esgotado pelo trabalho e pelas constantes penitências, faleceu com apenas vinte e três anos de idade, a 21 de junho de 1591. Seu corpo repousa na Igreja de Santo Inácio, em Roma. São Luís Gonzaga é o patrono da juventude.

Oração coleta da Missa: 

"Ó Deus, fonte dos dons celestes reunistes no jovem Luís Gonzaga a prática da penitência e a admirável pureza de vida. Concedei-nos, por seus méritos e preces, imitá-lo na penitência, se não o conseguimos na inocência. Por Nosso Senhor Jesus Cristo na unidade do Espírito Santo. Amém." 

Desejamos parabenizar e celebrar, durante essa semana o dom da vocação desses inúmeros jovens na Igreja. A figura do seminarista, alegra e entusiasma qualquer comunidade, pois o povo de Deus, ora e deseja santos sacerdotes para dispensar às graças divinas sobre a face da terra. Rezemos também  por todos seminaristas para que possam dedicar suas vidas de tal maneira, que possam assim como São Luís, perder suas vidas pela causa do Reino.

 Por fim, desejamos externar nossa gratidão a Deus, pela vida dos nossos seminaristas que integram o apostolado Dominus Vobiscum. O nosso blog tem como objetivo evangelizar pela beleza da Igreja e as vocações, sobretudo as sacerdotais são o "Grande Tesouro " da Igreja. 

Saudamos os seminaristas diocesanos da Arquidiocese de Niterói: 


Ciro Quintella

        Hugo Santiago                                                                                           Vinícius

Matheus Barbosa

Saudamos os seminaristas da Diocese de Frederico Westphalen: 

      Luiz Afonso                                                                                            Renato Rosa
           


Saudamos o seminarista da Arquidiocese Militar:

                                                              João Eduardo Lamim

Saudamos nosso querido Administrador do blog, seminarista da Arquidiocese de Porto Alegre:


                                                           
                                                               Ânderson Barcelos

Saudamos o nosso irmão da Arquidiocese de Pouso Alegre:

 Frei Tiago O. Carmo