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segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Seminário de São José da Arquidiocese de Niterói

Vista atual do Palacete do Seminário

A antiga sede da Fazenda da Soledade abrangia grande extensão de terras nos bairros de São Lourenço e do Fonseca. Foi construída para residência de Francisca Elisa Xavier (1786-1855), nascida em Pati do Alferes, e casada, em 1804, com João Carlos Torres Moraes , Barão de Soledade. Depois da morte do Barão, sua viúva assumiu a administração da fazenda, situação esta que durou pouco tempo, sendo a propriedade vendida ao Comendador José Duarte Galvão Júnior, que foi vereador e presidente da Câmara Municipal e filho do Barão de Sapucaia, Manoel Antônio Ayrosa.

O palacete encontra-se implantado no alto de uma pequena elevação, descortinando uma ampla paisagem do bairro de São Lourenço. Trata-se de uma edificação datada de 1844, sob risco do arquiteto italiano Antonio Forchini, de caráter neoclássico, com algumas modificações posteriores de cunho eclético classicizante. Possui características de uma arquitetura urbana construída em área rural. A edificação compacta apresenta traços de inspiração na arquitetura renascentista italiana, construída sobre porão alto.
O palacete tem uma composição marcada por forte simetria em todas as suas fachadas. O corpo central possui, no pavimento térreo, o acesso principal precedido por uma escada de convite; quatro janelas, dispostas duas a duas, ladeiam essa porta. No pavimento superior, cinco janelas francesas se abrem para um pequeno balcão sacado e corrido. Todos os vãos do pavimento térreo possuem cercadura de granito, com arco pleno; no piso superior, as vergas são retas com sobrevergas de pequenos frontões triangulares, sustentados por mísulas. Estas sobrevergas, provavelmente, são de colocação posterior, já que rompem com a elegância da composição. A fachada principal se completa com a presença de dois corpos dispostos simetricamente, contendo, cada, duas janelas por pavimento. Todo o prédio é encimado por entablamento, platibanda e um frontão triangular situado na fachada principal. Pilastras e cunhais de massa com capitéis nas ordens clássicas arrematam a composição.

Em 23 de outubro de 1897, os proprietários cederam o palácio e as terras em seu entorno ao recém-criado Bispado de Niterói. No inicio do século XX, o padre Agostinho Francisco Benassi, bispo da cidade, fundou o Seminário São José, o qual funcionou, inicialmente, em sua casa e, depois, foi transferido para o velho Solar Soledade.


Brasão do Seminário de São José da Arquidiocese de Niterói

O Seminário de São José é a instituição responsável pela formação do Clero secular desde 11 de Janeiro de 1909 e em 11 de Janeiro de 2009 o Seminário vai comemorar o seu centenário.
Na foto Mons. Osvaldo, Pe. Allan de Menezes Chagas, Vice-Reitor do Seminário de São José, Sua Exelência Reverentíssima D. Frei Alano Maria Pena O.P, Arcerbispo de Niterói e Pe. Wellington Dahan dos Santos, Reitor do Seminário da Arquidiocese de Niterói.

Sua Santidade Bento XVI recebe o presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva na Santa Sé.


CIDADE DO VATICANO (AFP) - O papa Bento XVI vai receber pela primeira vez o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no próximo dia 13 de novembro, no Vaticano, para uma audiência privada, indicou nesta sexta-feira a sala de imprensa do Vaticano.

Lula será recebido pelo Pontífice às 11H00 local (8H00 de Brasília) na biblioteca privada do palácio.
O presidente brasileiro, que viajará acompanhado de sua esposa, Marisa Leticia, e uma delegação de vários ministros, se reunirá em seguida com o "número dois do Vaticano", o cardeal Tarcisio Bertone, secretário de estado da Santa Sede.

"A Santa Sé e o Brasil devem assinar um acordo sobre o estatuto da Igreja católica no Brasil", anteciparam fontes brasileiras à AFP.
O acordo aborda temas como a liberdade religiosa, a não discriminação por razões de credo, o ensino da religião nas escolas e o estatuto financeiro da igreja católica.
O presidente brasileiro espera analisar também com o Papa temas como a luta contra a fome no mundo, a emigração e o incentivo ao desenvolvimento.

A visita de Lula ao Papa ocorre 18 meses depois da primeira viagem do Pontífice alemão à América Latina, realizada no Brasil em maio de 2007.

Lula chegará domingo a Roma para uma visita de cinco dias à Itália e ao Vaticano, durante a qual será recebido também pelo chefe de governo, Silvio Berlusconi, e o presidente da República italiano, Giorgio Napolitano, indicaram à AFP fontes da chancelaria brasileira.


sexta-feira, 14 de novembro de 2008

O Mártir da Eucaristia - São Tarcísio, rogai por nós.


São Tarcísio viveu em Roma por volta do ano 258 da era cristã, já outros indicam como provável que tenha vivido entre 263 e 275 d.C. O pouco que se sabe sobre ele vem da epígrafe em seu túmulo, escrita pelo Papa Dâmaso I, que foi papa no século seguinte ao que Tarcísio viveu. É considerado o padroeiro dos coroinhas, acólitos e cerimoniários.

Suas relíquias repousam atualmente na basílica de San Silvestro in Capite, em Roma.

"No tempo de Santa Ignes vivia em Roma um menino chamado Tarcísio. Era coroinha e ajudava o Sacerdote na SantaMissa. Certo dia, o sacerdote procurava um homem de confiança para levar a Santa Comunhão aos encarcerados.Tarcísio ofereceu-se. Mas o sacerdote, olhando para ele, disse: “És criança ainda, Tarcísio, e não sabes desempenhar estasanta missão. O menino retrucou: “Sou menino ainda, tanto melhor, porque de mim, ninguém desconfiará, podendo detal maneira , me aproximar de nossos irmãos encarcerados. E, também, sei guardar as Santas Hóstias e nunca asentregarei aos pagãos.”

O sacerdote conhecendo o grande amor de Tarcísio por Jesus, e admirado do seu argumento, colocou algumaspartículas sobre uma toalhinha de linho branco, dobrando-a cuidadosamente e o entregou.
Recebeu ele as Santas Hóstias com grande respeito e segurando-as sobre o seu peito, as cobriu com as mãos,cuidadosamente.

Como se sentiu feliz em colocar o seu Jesus junto a seu peito!
Andava assim pelas ruas em busca de irmãos encarcerados, quando de repente, outros meninos o chamaram parabrincar, pois faltava um para completar a brincadeira. Tarcísio desculpou-se, dizendo ter pressa. Um rapaz atrevidopegou-lhe pelo braço e quis forçá-lo. Tarcísio resistiu. Entretanto, perceberam que ele segurava algo contra o peito.Curiosos perguntaram-lhe o que era. Não atendendo às suas exigências, fizeram violência para lhe arrancarem osegredo.
Nesse ínterim, passaram por ali várias pessoas e ouvindo o que se tratava, disse uma delas: “Leva consigo o Deus doscristãos”. Então, os rapazes caíram sobre o pobre menino para lhe arrancar à força as Santas Hóstias. Mas, Tarcísio seguravacom tanta firmeza o seu tesouro, que força alguma conseguiu arrancá-lo.

Encolerizados, espancaram e maltrataram Tarcísio sem piedade. Exausto e quase morto, segurava as Santas Hóstiascom força, sobrenatural. Neste instante, passou um soldado, alto e robusto que era também cristão. Percebeu o que sepassava. Com a mão forte, dispersou os malvados, tomou Tarcísio sobre seus braços e levou-o ao sacerdote.

No caminho, morreu nos braços do soldado. O sacerdote recebeu-o com grande veneração. Tirou com facilidade asSantas Hóstias, tão heroicamente defendidas pelo pequeno mártir, e, beijou, por entre lágrimas, as mãos deste santoherói, que tinha derramado seu sangue em defesa de Jesus Hóstia."

“Ó meu Jesus, ninguém vos tirará do meu coração”.

São João Maria Vianney, rogai por nós. (Part.II)


“Por onde passam os Santos, Deus com eles passa”. Foi no ano de 1772, que um santo mendigo, Bento José Labre, passando por Dardilly, se hospedou na humilde casa dos Vianney. A benção de Deus entrou com ele naquela mansão; pois poucos anos depois, nasceu lá aquele que no mundo inteiro é conhecido por João Vianney – o santo Cura d’Ars. Que eficácia maravilhosa da esmola! Deus dá a pobres camponeses um filho, que vem a ser um dos seus grandes servidores, recompensando assim uma obra de caridade, que dispensaram a um pobre mendigo.

São João Batista Maria Vianney nasceu e foi batizado em 8 de maio de 1786. Desde a infância, manifestava uma forte inclinação à oração e um grande amor ao recolhimento. Muitas vezes era encontrado num canto da casa, jardim ou no estábulo, rezando, de joelhos, as orações que lhe tinham ensinado: o Padre-Nosso, a Ave-Maria, etc. Os pais, principalmente a piedosa mãe, Maria Belusa, cultivavam no filho esse espírito de religião e de piedade.

A França achava-se agitadíssima com os horrores da revolução e como os sacerdotes estivessem exilados ou encarcerados, não foi possível a João Vianney encontrar um mestre, que lhe desse algumas instruções sobre as ciências elementares. Era natural, pois, que passasse a mocidade entregue aos trabalhos do campo. Entretanto João continuava as práticas de piedade com todo fervor e o pecado era para ele coisa conhecida só de nome. Fez a primeira Comunhão numa granja, sendo que a perseguição religiosa não permitia o culto público nas igrejas.

Amainado o temporal da revolução, Vianney achou um grande amigo e protetor, na pessoa do Padre M. Balley, vigário de Ecully, que descobrira na alma de João qualidades superiores, que deviam ser aproveitadas e cultivadas, para a maior glória de Deus. Se era grande o fervor, admirável a virtude do jovem Vianney, se melhor mestre não podia haver do que o Padre Balley, tudo parecia desfazer-se diante de uma barreira, que se levantava insuportável: a falta de inteligência do estudante. Não fora a persistência imperturbável do santo sacerdote, Vianney teria desanimado, diante das dificuldades, que se lhe afiguravam invencíveis. Com as orações e a caridade redobrada que dispensava aos pobres, Vianney alcançou a graça de poder continuar os estudos com algum proveito. Quando estava prestes a ser recebido no seminário, veio-lhe ordem de apresentar-se à autoridade militar de Bayonne. Foram baldados os esforços do Padre Balley para obter isenção do serviço militar, para o protegido e pareciam aniquiladas de vez todas as esperanças. Vianney, caiu doente e passou quatorze meses nos hospitais de Lyon e de Roanne.

Passado esse tempo, ninguém mais se lembrou dele para o serviço militar e só assim pode matricular-se no pequeno Seminário de Verrières e mais tarde no grande Seminário de Santo Irineu. Mestres e alunos eram unânimes em conceder a Vianney a palma quanto à virtude e santidade entre os condiscípulos. O preparo intelectual do jovem, porém, era tão deficiente, que os mestres não se viram com coragem de apresentá-lo para a ordenação.

O vigário geral do Cardeal Fesch, Mons. Courbon, que em última instância devia decidir a questão, deu consentimento para que Vianney fosse admitido ao sacerdócio e o jovem, teólogo recebeu as santas Ordens a 9 de agosto de 1815. Vianney, contava já 29 anos.

Os primeiros três anos do sacerdócio passou-os na companhia e sob a direção do primeiro mestre e amigo, Padre Balley. Este faleceu e a Cúria episcopal nomeou Vianney Cura d’Ars. O novo campo de ação era o mais ingrato possível. Ars era um lugar sem religião. A Igreja deserta, os sacramentos não eram freqüentados, o trabalho no domingo, a freqüência de bailes e cabarés estavam na ordem do dia. Vianney, vendo o estado das coisas, teve ímpetos de abandonar tudo. “Que vou fazer aqui?” – exclamou. – Neste meio nada farei e tenho medo até de perder-me”. Mas logo o seu zelo se lhe reanimou. Fixou residência na matriz e sua primeira ocupação era rezar pela conversão dos paroquianos. Desde a manhã à noite, com pequenas interrupções, ficava de joelhos diante do altar do Santíssimo Sacramento. As frugalíssimas refeições ele mesmo as preparava.
Depois começou a procurar as famílias. Nas visitas lhes falava de Deus, dos Santos, das coisas da religião. Se bem que a maior parte não lhe ligasse importância, um ou outro reparava na batina rota e velha, na modéstia e piedade, no aspecto austero e mortificado do vigário. Pouco a pouco o povo ficou conhecendo o pároco, cujas orações e mais ainda o exemplo, acabaram por franquear-lhe o caminho aos corações de todos. Alguns começaram a freqüentar a santa Missa.

O número daqueles que acompanhavam o piedoso Cura na recitação do rosário, todas as tardes, crescia de dia para dia e depois de algum tempo, o Santíssimo não ficava nenhuma hora durante o dia, sem adorador. A Comunhão freqüente foi pelo Santo Cura introduzida na paróquia, com muita felicidade. Para as senhoras se fundou a Confraria do Rosário e para os homens a Irmandade do Santíssimo Sacramento.

Tendo assim elevado a certa altura a vida religiosa na paróquia, Vianney passou a combater os abusos. O zelo de pastor dirigiu-se principalmente contra os cabarés, as danças e a profanação do domingo. Sem recorrer a meios rigorosos e ameaças, fazendo, pelo contrário, prevalecer a caridade, Vianney conseguiu que um cabaré após outro, se fechasse. Quanto à dança, os espíritos se dividiram em duas correntes: uma a favor da campanha do vigário e outra contra. Veio a festa de São Sixto, padroeiro do lugar. O baile fazia parte integrante do programa dos festejos profanos. Fizeram-se os convites do costume. Mas a decepção dos moços foi grande, quando à hora do baile, nenhuma moça lá apareceu. E o baile não se realizou.

Restava ainda restabelecer o domingo, em toda a sua dignidade. Tão freqüentes, tão insistentes e persuasivas eram as exortações do vigário, a respeito do trabalho no domingo, que determinaram mudança completa no pensamento do povo, que em seguida, passou a observar, com todo o rigor, o descanso dominical.
Ars estava renovada. Os vícios já não existiam. Abusos foram extirpados. Todos queriam ser bons cristãos. Respeito humano era coisa desconhecida em Ars. Incorreria na censura pública quem não quisesse praticar a religião. Não se ouvia mais nenhuma blasfêmia; não existia inimizade alguma em Ars. Ao toque do Ângelus os homens se descobriam e interrompiam o trabalho, para rezar as Ave-Marias. O confessionário se via assediado, até altas horas da noite. Aos domingos a igreja estava sempre repleta, por ocasião das missas, das vésperas, do catecismo e do terço. Foi preciso o vigário alargar a matriz e construir novas capelas, como as de São João Batista, de Santa Filomena, de Ecce Homo e a dos Santos Anjos.

Conhecendo a grande miséria das almas e os perigos em que se achavam as pobres órfãs, Vianney fundou na paróquia um asilo, a que deu o nome de “Providência”. Para as asiladas era um pai que sacrifícios não media, para que nada lhes faltasse. Essa fundação, em si tão útil e boa, foi para Vianney uma fonte de desgostos. Mais de uma vez lhe sobreveio o desânimo e profundamente desgostoso, exclamava: “Ah ! se tivesse sabido o que quer se dizer ser sacerdote, eu teria procurado a minha salvação na Cartuxa ou na Trappa”. Por duas vezes tentou fugir de Ars para ver-se livre do pesado fardo do ministério pastoral.

O segredo dos grandes resultados espirituais, na paróquia de Ars, estava unicamente na santidade do Cura. Vianney era homem da oração e da penitência. A um colega que o visitou e dolorosamente se queixou do triste estado em que se achava, perguntou: “Rezastes entre lágrimas? Não é bastante. Jejuastes já? Deitastes-vos sobre o chão duro e tomastes a disciplina? Se ainda não o fizestes, não penseis ter feito tudo”. O que a outros aconselhava ele o praticava. Levava vida de extrema pobreza. Dos pobres da paróquia era Vianney o mais pobre. Possuía uma só batina e esta cheia de remendos. O estado do chapéu era tal, que provocava o riso dos colegas. Vianney não possuía nada e nada guardava. E quanto bem não fez às órfãs, e aos pobres! A vida austeridade, em nada difere da vida Cura d’Ars, com a dos grandes eremitas do deserto do Egito. Quando muito, tomava três refeições cheias por semana, e que refeições! O “cardápio” não constava senão dumas ervas cruas, pão seco e água. O sono era um repouso de duas horas apenas. Quando se tratava da conversão dum pecador, mais apertava o jejum, e a cama trocada pelo chão. A saúde de Vianney era fraquíssima. O Santo sofria cruciantes dores nos intestinos, dores de cabeça violentas. Vinte vezes esteve doente e vinte vezes se curou subitamente, fato que grande admiração causou aos médicos. Houve quem lhe dissesse que suas penitências excediam os limites do lícito e Vianney respondeu-lhe: “O Senhor não sabe que meus pecados exigem um tratamento como este”. Além destas práticas comuns de penitência, Vianney usava ainda outras como: a flagelação, o cilício, etc.

Se com aquela santa vida agradava a Deus, tanto mais provocava as iras do inimigo, que o perseguia com toda a sorte de malefícios, chegando a ponto de fisicamente o maltratar. As influências diabólicas devem ser atribuídas também às calúnias, de que Vianney foi vítima. Tudo isso, porém, não conseguia roubar-lhe o contentamento íntimo e a alegria da alma.

Nos últimos anos o organismo lhe denunciava um estado de fraqueza extraordinário. Quando rezava o terço na igreja, sua voz era quase imperceptível. No mês de maio de 1843 lhe sobreveio uma forte pneumonia, que lhe pôs em grande perigo a vida. Vianney pediu que lhe administrassem os santos Sacramentos do Viático e da extrema Unção. Aprovado pela expectativa da morte, o Santo invocou uma grande Padroeira Santa Filomena pedindo que o curasse, ainda que fosse necessário um milagre. Santa Filomena, curou-o e consolou-o com sua aparição.

Vianney possuía um grande amor ao Santíssimo Sacramento. Este amor, este fogo se manifestava nas visitas que fazia a Jesus na Eucaristia, nas alocuções e principalmente na Santa Missa. Quem o via celebrar, tinha a impressão do celebrante ver o próprio Nosso Senhor. Deste amor lhe brotava o culto aos grandes amigos de Deus: a São João Batista, a São José, a Santa Filomena, sua padroeira por excelência e à Santíssima Virgem. Daí também o zelo infatigável pela conversão dos pecadores.

Vianney não era só pastor das almas de Ars. Deus quis que o pobre Cura fosse o Apóstolo universal do século. A santidade do pobre Vianney atraía as almas, que nas suas necessidades o procuravam, para a ele se confessar e dele receber conselhos e conforto. Esta afluência durou trinta anos e só por uma intervenção sobrenatural pode ser explicada. As peregrinações a Ars começaram em1826. De 1835 em diante, o número anual de peregrinos que procuravam o Cura d’Ars, excedia a 80.000. Eram leigos e sacerdotes, bispos e cardeais, sábios e ignorantes, que vinham ajoelhar-se-lhes aos pés. Em 1843 recebeu um coadjutor e os missionários diocesanos vinham de vez em quando lhe prestar serviços também. Inúmeros eram os milagres que se operaram na humilde casa do Cura d’Ars. Tão numerosas eram as curas, devidas à intervenção de Vianney, que alguém um dia lhe disse: “Senhor Cura, basta que digais apenas: quero que estejas curado e a cura está feita”. Vianney ouvia os doentes em confissão e dirigia-os à capela de Santa Filomena. Era lá que os milagres se efetuavam. Só Deus sabe quantas conversões se realizaram em Ars, quantas almas lá encontraram a paz desejada.

Vianney morreu a 4 de agosto de 1859, mas a sua memória ainda está viva e glorioso se lhe tornou o túmulo. Declarado “venerável” por Pio IX, em 1925 lhe foi conferida a honra dos altares, pela solene canonização proferida pelo Papa Pio XI.



Reflexões:



E’ o imortal merecimento do Pe. Balley, ter descoberto e cultivado a vocação sacerdotal de seu pequeno paroquial João Batista Vianney. Não fossem o zelo e o interesse verdadeiramente paternais desse sacerdote, a Igreja não teria talvez o grande Santo d’Ars, padroeiro dos párocos. A bibliografia conta-nos as dificuldades insuperáveis quase com que o estudante Vianney tinha que lutar, para chegar ao sacerdócio. A boa vontade, o trabalho esforçado, a oração, tiveram como recompensa o apoio da divina graça, que fez do pobre menino de Dardilly um grande Santo, glória da sua terra e da Igreja de Deus.

Conta-se Ainda que ao aproximar-se a sua ordenação, o vigário geral reunido com alguns padres, ponderaram a inconveniência em lhe conceder o sacramento da Ordem, porque João Batista “era muito burro”, conforme comentaram entre si num momento de reunião, não com maldade, mas com a sinceridade de quem estava convencido da incapacidade intelectual de quem iria assumir tão elevado cargo. Nesse momento, João Batista estava chegando e ouviu ainda na ante-sala o constrangedor comentário. Ali ele aguardou a saída dos padres, e foi ter com o vigário. Antes de iniciar a conversação, o santo lhe pediu licença e disse: “Padre, se com uma atiradeira feita da mandíbula de um burro, Davi conseguiu derrubar Golias, imagine o que o senhor poderá fazer tendo nas mãos um burro inteiro!” Estas palavras foram suficientes para revogar a intenção do vigário que, logo em seguida, o enviaria à comunidade de Ars.

De fato, mais que Davi diante de Golias, nosso santo assumiu a paróquia com número ínfimo de católicos, sendo o restante do povo, pagão e completamente entregue aos divertimentos profanos e toda espécie de imundícies e vícios. Na fraqueza do santo, Deus manifestou a força, na limitação intelectual, sabedoria. A pregação, o apostolado, os milagres resultaram em sucessivas conversões. As árvores secas esverdearam e belos frutos de santidade multiplicaram extraordinariamente no campo do Senhor. Pouco antes de morrer, o Cura D’Ars pôde contemplar o resultado: Praticamente toda a cidade convertida.

Boas vocações vem do céu; é Deus que as dá. “Grande é a messe, diz Nosso Senhor, e poucos são os operários; pedi, pois ao Senhor da messe, para que mande operários para a sua messe”. Grande é a messe do Senhor e poucos são os Padres. São as famílias que devem fornecer as vocações; é das famílias que Deus, o Senhor da messe quer escolher seus operários. Trabalhemos, pois, cada um no lugar que Deus lhe determinou na sociedade, pela santificação da família, pela compreensão da sublimidade do sacerdócio; rezemos, para que o reino de Cristo se firme cada vez mais nas famílias; o reino de Cristo com seu espírito de sacrifício e de oração; rezemos pela santificação dos pais, das mães; pais santos, mães santas, que não deixam a Igreja sem sacerdotes. Da árvore do matrimônio virá o fruto santo do sacerdócio.



De São João Batista Vianney são as seguintes considerações, apropriadas aos nossos tempos:



1. “Devemos trabalhar para tornar-nos merecedores de receber a Santíssima Eucaristia todos os dias. Se não nos é possível comungar diariamente substituamos a Comunhão real pela espiritual, que pode ser feita a cada instante; e nós devemos ter o desejo ardente de receber Deus Nosso Senhor.
A Comunhão é para a alma o que o sopro é para o fogo, que está para apagar-se. – Ide à Comunhão, ide a Jesus! Ide viver dele para viver com Ele. Não digais que tendes muito que fazer. Não disse Nosso Senhor: Vinde a mim: vós que trabalhais e vos achais sobrecarregados? Não digais que não sois dignos. Tendes razão, mas é verdade também que d’Ele precisais. Se Nosso Senhor tivesse tido em vista a vossa dignidade, jamais teria instituído o belo sacramento do amor. Não digais que sois tão miseráveis. Gostaria mais de vos ouvir dizer que estais muito doentes e por isso deixais de chamar o médico. – Todos os seres necessitam do alimento para viver.
O alimento da alma é Deus. A alma só de Deus pode viver e nada mais a satisfaz, senão Deus”.

2. Sobre as danças dizia Vianney: “Vede meus irmãos, as pessoas que vão ao baile, deixam o Anjo da Guarda na porta e é um demônio que lhe toma o lugar, de modo que há no salão tantos demônios, quantos são os dançarinos”.- Se no tempo de Vianney assim já era, o que diria ele, se visse determinadas danças de hoje, que são a vergonha do nosso século? Especialmente em bailes onde a impureza jorra, a pancadaria impera, a violência produz desgraça? Isto bem conhecemos pela imprensa que, diariamente noticia consumo de drogas, brigas intensas, assassinatos fúteis em boates movidas por músicas frenéticas, embalos alucinantes e letras escandalosamente malignas.

3. A respeito da santidade do domingo, ouviu-se Vianney muitas vezes dizer: “Vós trabalhais, mas o ganho arruína o vosso corpo e a vossa alma. Se perguntasse àqueles que no domingo trabalham: Que estais a fazer? Eles poderiam responder: Estou vendendo a minha alma ao demônio; Estou crucificando Nosso Senhor; estou renegando o meu batismo!... Oh! Como se engana aquele que aproveita do domingo, pensando que ganha mais dinheiro! Vós tendes a convicção de que tudo depende do vosso trabalho; é engano. Ora vem uma doença, um acidente... é preciso tão pouca coisa... uma tempestade, uma chuva... Deus tem tudo na mão; ele pode vingar-se quando e como quer... Conheço dois meios para empobrecer: “Trabalhar no domingo e roubar bens alheios”.

São João Maria Vianney, rogai por nós. (Part. I)


São João Maria Batista Vianney, O.F.S. (Lion, Dardilly, 8 de maio de 1786 - Ars-sur-Formans, 4 de agosto de 1859), ou Santo Cura de Ars, como ficou conhecido, foi um sacerdote francês, canonizado pela Igreja Católica. É considerado o padroeiro dos sacerdotes.

Era filho de Mateus Vianney e Maria Béluse, e o quarto de seis irmãos numa família de camponeses. somente foi ordenado sacerdote depois de vencer muitas dificuldades. Foi-lhe confiada uma pequena paróquia em Ars, na diocese de Belley, foi admirável exemplo de vida de cristã, exercitou uma eficaz pregação, com a mortificação, oração e caridade. Revelou qualidades excepcionais na administração do sacramento da Penitência e na direção espiritual das almas. Sua fama de santidade correu por toda a França ainda em vida, de todas as partes acorriam pessoas para se confessar com ele e ouvir os seu conselhos.

Faleceu em Ars, em odor de santidade, em 1859. Três anos após a sua morte o bispo Monsenhor Langalerie, deu início ao processo da sua canonização e ouviu setenta testemunhas. O Papa Pio IX, em 1866 abriu o processo Apostólico, em 30 de outubro de 1872 foi declarado Venerável, em 8 de janeiro de 1905 foi declarado Beato e patrono de todos os sacerdotes que têm cura de almas na França, por Pio X. Foi canonizado pelo Papa Pio XI em 1 de novembro de 1924. A sua festa litúrgica é comemorada no dia 4 de agosto.


Por ocasião do centenário da sua morte, em 1959, o Papa João XXIII promulgou a Carta Encíclica Sacerdotii Nostri Primordia realçando a suas virtudes e relembrando o seu exemplo principalmente para os sacerdotes da Igreja Católica.

Dele disse João XXIII: "Por último, resta-nos evocar na vida de s. João Maria Vianney este aspecto do ministério pastoral, que para ele, durante muitos anos de sua vida, foi como um longo martírio e fica para sempre ligado à sua memória: a administração do sacramento da penitência, que dele recebeu singular brilho e produziu os mais abundantes e salutares frutos. "Em média, cada dia, passava quinze horas no confessionário. Este labor cotidiano começava de madrugada e só acabava à noite". E quando caiu esgotado, cinco dias antes de morrer, os últimos penitentes aglomeravam-se à cabeceira do moribundo. Calculou-se que no final da vida, o número anual dos peregrinos atingisse oitenta mil." (op. cit.)


"Dificilmente se podem imaginar as contrariedades e os sofrimentos físicos destas intermináveis horas no confessionário, para um homem já esgotado pelos jejuns, macerações, enfermidades, e falta de sono... Mas, acima de tudo, ele sentia-se como moralmente esmagado pela dor. Escutai a sua lamentação: "Ofende-se tanto a Deus, que quase nos sentimos tentados a pedir o fim do mundo!..É preciso vir a Ars para se saber o que é o pecado e a sua multidão quase infinita... Não se sabe o que se deve fazer: só se pode chorar e rezar". O santo esquecia-se de acrescentar que tomava também sobre si uma parte da expiação: "Pela minha parte - contava ele a quem lhe pedia conselho - dou-lhes uma penitência pequena e o resto faço-a eu por eles"." (op. cit.)

Sua Excelência Reverendíssima Dom Frei Alano Maria Pena. O.P




Dom Frei Alano Maria Pena, O.P. (Rio de Janeiro, 7 de outubro de 1935) é um religioso dominicano, bispo católico brasileiro, atual arcebispo de Niterói.
Realizou seus estudos iniciais, no período de 1940 a 1946, no Colégio Santa Rosa de Lima e Colégio Santo Inácio, no Rio de Janeiro. Ingressou na Escola Apostólica dos dominicanos no ano de 1947, em Juiz de Fora, onde concluiu seus estudos.
Professou os votos religiosos na Ordem Dominicana no dia 8 de março de 1956. Cursou Filosofia e Teologia em São Paulo.

Sua ordenação presbiterial foi em São Paulo, no dia 28 de outubro de 1961.
No período de 1971 a 1972 realizou estudos em Missiologia na Université Saint Paul, em Ottawa.
O Papa Paulo VI no dia 7 de abril de 1975, nomeou Frei Alano como bispo titular de Vardimissa e auxiliar do Arcebispo de Belém. Sua ordenação episcopal deu-se em Belém, no dia 25 de maio de 1975, pelas mãos de Dom Aberto Ramos, Dom Alain du Noday e de Dom Estêvão de Avellar.


Sua Eminência Reverendíssima Dom Eusébio Oscar Cardeal Scheid


Dom Eusébio Oscar Scheid SCJ (Luzerna, 8 de dezembro de 1932) é um bispo católico, cardeal e atual arcebispo da Arquidiocese do Rio de Janeiro.

Dom Eusébio realizou seus estudos primários e secundários no Seminário dos Padres do Coração de Jesus em Corupá, Santa Catarina. Em 1954 iniciou os estudos de Filosofia em Brusque, Santa Catarina; continuou os estudos filosóficos na Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma, no período de 1955 a 1957.

Estudou Teologia na Pontifícia Universidade Gregoriana e na Propaganda Fide, em Roma, no período de 1957 a 1964. Especializou-se em Cristologia e seu doutorado em Cristologia versou sobre a interioridade de Cristo.

Sua ordenação presbiteral foi em Roma, no dia 3 de julho de 1960, pelas mãos de Dom Inácio João Dal Monte, OFM, bispo de Guaxupé.