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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Bento, homem da Liturgia

O então Cardeal Ioseph Ratzinger escreveu em sua obra "Introdução ao espírito da liturgia" sobre a necessidade de compreendermos a Reforma Litúrgica, propiciada pelo Vaticano II, não como uma ruptura ou um cisma, mas, como um verdadeiro "aggiornamento", que de forma linear e contínua atualiza e revivifica o dom de Deus.

O Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé sempre foi partidário da chamada hermenêutica da continuidade, que visava tornar claro que não houve um rompimento com o que se vivia, ensinava e celebrava antes do CVII. 

Devido as más interpretações, sobretudo no âmbito litúrgico, poderíamos ainda falar em reforma da reforma, que constitui precisamente em chegar mais perto daquilo que foi pedido pela Sacrosanctum Concilium e pelos padres conciliares. 



Durante seu profícuo pontificado o Papa Bento XVI não mediu esforços para trazer a tona e tornar clara a posição que já como cardeal defendia. Quer seja na liturgia ou no magistério vimos uma perfeita e equilibrada harmonia entre os costumes, as rubricas e a tradição da Igreja. Porém, não poucas vezes foi taxado de conservador e retrógrado pela mídia e até mesmo nas esferas internas de sua grei. O papa foi um verdadeiro "mártir branco" da hermenêutica Concílio Vaticano II.

Vários foram os sinais concretos da reforma litúrgica propagada por Sua Santidade, entre elas destacamos: 

- Beleza e a solenidade do rito: as liturgias papais passaram por uma verdadeira mudança, sobretudo, nos paramentos e nos cantos sacros. O Papa retomou o uso de diversas vestes, enriquecendo a beleza externa da celebração. Por sua iniciativa o canto gregoriano e polifônico retomaram seu lugar de destaque; 







- Ênfase na participação interior na liturgia: ou seja, a participação ativa dos fiéis está mais ligada a uma participação interior do que exterior, por isso, em numerosas vezes o Papa insistiu pelo silêncio dentro da Santa Missa, ele mesmo sempre fazia diversas pausas reflexivas enquanto celebrava;













- O uso da língua latina: assim como prevê o documento conciliar Sacrosanctum Concilium o latim retomou seu lugar de direito na celebração papal, sobretudo, por ser um acontecimento com afluência de diversas nações; 














- A Cruz no centro do altar ladeada por velas (arranjo beneditino): para fazer perceber que a missa não é um espetáculo e que o sacerdote não é seu maestro, o Papa fez questão de ter junto do altar o crucifixo e um conjunto de velas, como prevê a Instrução Geral do Missal Romano; 





- A comunhão eucarística: por insistência pessoal do Papa a foi dada a devida reverência ao Corpo e Sangue de Nosso Senhor, em seu pontificado a comunhão passou sempre a ser distribuída na boca e de joelhos; 









- Incentivo a uma correta tradução dos livros litúrgicos: Bento empenhou esforços para se pudesse fazer um correta tradução dos livros litúrgicos, entre eles o Missal, já aplicado em alguns países.















Grandioso é o legado de Bento XVI para a liturgia, visto que como dizia o próprio Pontífice: "é na relação com a liturgia que se decide o futura da fé e da Igreja". Somos gratos ao Papa por nos ensinar o verdadeiro valor do sacrifício eucarístico e do culto a Deus. Ratzinger é um exemplo a ser seguido. 



Nós somos a geração que agradece a Deus por sua existência e seu valioso serviço a Igreja, que tanto amamos. Temos orgulho de dizer que somos privilegiados por sermos: "a geração Bento XVI".

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