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segunda-feira, 23 de março de 2009

Festas pelo centenário do Seminário de São José de Niterói

A festa de comemoração pelo centenário do Seminário Arquidiocesano São José de Niterói, completado no dia 19 de janeiro, será realizada amanhã. Funcionários de uma empresa contratada já estão montando o altar da Santa Missa, que será celebrada às 19 horas pelo núncio apostólico (representante do Papa) no Brasil, dom Lorenzo Baldisseri. Também haverá um louvor com a Comunidade Servir. No domingo, dia 22, os festejos prosseguem, com uma missa às 11 horas, seguida por almoço beneficente.

Para o vice-reitor do seminário, padre Allan de Menezes, esse é um momento muito importante para todos que fazem ou fizeram parte do instituto, que durante os 100 anos formou cerca de 300 padres.

"É muito bom conseguir chegar a 100 anos de funcionamento. Esse é o único seminário da cidade e ainda recebe seminaristas de Campos. Vamos fazer essa festa com um grande louvor pelas inúmeras graças alcançadas durante todos esses anos de serviços dedicados à Igreja de Jesus Cristo. Hoje, o seminário é responsável pela formação de quase cem seminaristas provenientes de todas as paróquias de Niterói".

Funcionando na Rua Genserico Ribeiro, no Fonseca, o Seminário São José abriga, hoje, 94 futuros padres. Somente neste ano, a procura, segundo padre Allan, foi de 25 jovens, com idades entre 20 e 25 anos.

Segundo o vice-reitor, a procura é grande, mas a desistência também.

"No último ano, entraram 26 seminaristas e sete não completaram, sendo que três desistiram e em quatro, não identificamos a vocação sacerdotal. Por isso, chegamos a formar 11 padres, em média".

O pároco ainda explicou sobre as atividades realizadas pelos futuros padres no seminário.

"São nove anos de dedicação. Eles ficam internos aqui durante todo o ano, e saem no período de férias normais. As visitas são sempre nos primeiros sábados do mês, às 16 horas. Depois do ano de observação, os seminaristas entram no período propedêutico, ou seja, iniciante. Nessa fase eles passam por ensinamentos de relações humano-afetivas, psicológicas, doutrinal e espiritual. Depois, ingressam no seminário maior, onde prestam vestibular para a faculdade de Filosofia, cursada em três anos. Em seguida tem um ano pastoral, ou seja missionário, no qual vão para cidades distantes ajudar aos mais necessitados. Por fim, ingressam na faculdade de Teologia, que dura mais quatro anos e se formam", ensinou.

Um dos seminaristas, Francisco José Monteiro Junior, de 22 anos, está no terceiro ano de ensinamentos. Ele conta que percebeu a vocação quando começou a frequentar as missas.

"Eu não professava nenhuma fé até os 17 anos, quando a minha irmã, em um trabalho voluntário no Hospital Antônio Pedro, conheceu o reitor do seminário. Ela começou a frequentar as missas e eu a acompanhei. Em 2004 fiz a primeira comunhão e a crisma e em 2007 larguei o curso de nutrição, na Universidade Federal Fluminense (UFF) para entrar no seminário", lembrou.
Segundo Francisco, o começo não foi bem aceito pelos pais.

"No início, principalmente meu pai, achou que seria uma fase porque eu não estava gostando do curso de nutrição. Quando estava próximo de completar um ano da fase de observação e entrar no seminário, ele percebeu que era de verdade a minha vontade".

Devido ao trabalho realizado, o Seminário Arquidiocesano São José de Niterói recebe ajuda de várias entidades, entre elas, a internacional Movimento Serra. De acordo com o presidente, Genarino Pignatari, o objetivo é rezar e trabalhar pelas vocações sacerdotais.

"Tudo o que nós podemos fazer pelo seminário nós fazemos, porque trabalhamos em prol dessa causa. Nosso carisma são os sacerdotes", explicou.

Pignatari ainda falou da importância do centenário da instituição.

"É uma data muito importante para Niterói e para o Brasil todo. São cem anos formando, vendo a vocação e formando novos padres. Por isso a nossa festa vai ser tão bonita, com a presença, inclusive, do núncio apostólico".

Palacete foi construído em 1842

A sede do atual Seminário Arquidiocesano São José de Niterói foi construída em 1842, o chamado de Palacete da Soledade. A construção foi idealizada pelo arquiteto italiano Antônio Forchini, seguindo a tradição dos barões do café. Em 1908, o padre Pio X transferiu, no dia 25 de fevereiro, de Petrópolis para Niterói a sede do bispado, elegendo o cônego Bennassi como bispo diocesano. Ele então escolheu o Palacete da Soledade, doado por Francisca Elisa Xavier, a baronesa da Soledade, como palácio episcopal.

Dom Bennassi percebeu então a falta de um seminário para a formação do clero em sua diocese e, em 11 de janeiro de 1909, criou o Seminário Menor.

O Fluminense

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