Neste dia 9 de novembro, celebramos a Festa da Dedicação da Basílica de São João do Latrão, a Catedral da Diocese de Roma, e, portanto, a "mãe" e "cabeça" de todas as igrejas do mundo católico, a "Catedral de todos os Papas".
I. História:
Segundo registros, o Imperador Constantino doou ao Papa Melquíades, 31° sucessor de São Pedro, um vasto terreno que outrora pertencia à família Laterano, que durante anos serviu aos imperadores romanos como administradores. Ali se construiu uma igreja dedicada ao Santíssimo Salvador, anexa ao Palácio de Laterano, onde residia o Papa. Consta que o primeiro templo tenha sido dedicado em 342 por Silvério I.
Mais tarde, já no século VII, o Papa Gregório Magno dedicou a Basílica aos Santos João: o Batista e o Evangelista. A origem da atual Basílica Lateranense, entretanto, remonta a 1646, sob o pontificando de Inocêncio X, que mandou empreender alterações que a deixaram nos contornos atuais.
Mais tarde, já no século VII, o Papa Gregório Magno dedicou a Basílica aos Santos João: o Batista e o Evangelista. A origem da atual Basílica Lateranense, entretanto, remonta a 1646, sob o pontificando de Inocêncio X, que mandou empreender alterações que a deixaram nos contornos atuais.
II. A Catedral Romana:
A igreja erguida no antigo terreno “dei Laterani” e dedicada ao Santíssimo Salvador, tem como padroeiros os Santos: João Batista, celebrado em 24 de junho, e João Evangelista, cuja memória celebra-se em 27 de dezembro.
É considerada a primeira catedral de todo o mundo cristão. Igreja-Mãe de Roma, que em palavras de Santo Inácio de Antioquia, nos preside na caridade. Foi lá que durante muitos séculos residiu o Papa, até a construção das dependências pontifícias que hoje existem no Vaticano.
Esta Basílica se reveste de um significado muito especial para a cristandade. Diz a tradição da Santa Igreja que o aniversário de sua dedicação, celebrado originalmente só em Roma, e hoje comemorado em todas as comunidades do rito romano, tem a finalidade de enaltecer e reforçar o ministério petrino do Sumo Pontífice, que de sua Basílica Patriarcal, preside na caridade a única Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo e que congrega, por seu gesto primacial, todas as Igrejas do Orbe.
A Basílica de Latrão, portanto, é a Mãe e Cabeça de todas as Igrejas do mundo católico. Lá se encontra a Cátedra de Pedro, a cátedra do Bispo de Roma.
III. Origem da Festa da Dedicação:
O antigo povo judeu celebrava anualmente a festa da dedicação em memória da purificação e do restabelecimento do culto e da vida ativa no Templo de Jerusalém depois da vitória de Judas Macabeu sobre o Rei Antíoco.
A cristandade, por sua vez, tomou para si esta celebração para perpetuar o aniversário da dedicação dos templos convertidos. Mais tarde, esta festa foi levada para Roma, na dedicação de sua catedral – São João do Latrão – e, mais tarde, espalhada para todo o rito latino.
Hoje, além da Catedral de Roma, celebramos a dedicação de toda e qualquer igreja dedicada e consagrada para local de culto, conforme preveem as orientações canônicas. Especial ênfase deve ser dada, em cada diocese, à celebração do dia da dedicação da catedral diocesana, que é festa em todo o seu território diocesano, e na celebração do dia da dedicação das igrejas matrizes paroquiais, que possui o grau de solenidade.
IV. A importância dos templos:
No templo, somos convocados a encontrarmo-nos com Deus, nosso Senhor, e com os irmãos que partilham a mesma fé. É dentro do templo que formamos comunidade cristã em busca do Reino dos céus. O Beato Papa João Paulo II, durante sua visita a Madri em 1982, disse: "o templo é a casa de Deus e vossa casa. Apreciai-os, pois, como lugar de encontro com o Pai comum”.
O edifício da igreja, as pedras, são a representação visível da igreja-assembleia, nascida no batismo e formada na vivência dos sacramentos e na prática comum da caridade.
O edifício da igreja, as pedras, são a representação visível da igreja-assembleia, nascida no batismo e formada na vivência dos sacramentos e na prática comum da caridade.
V. Orientações litúrgico-pastorais:
- Celebra-se a Dedicação da Basílica de São João do Latrão como festa. Portanto, o ofício da Liturgia das Horas é festivo e utiliza-se o comum da dedicação de uma igreja, exceto o que é próprio.
- Na missa, toma-se inclusive o prefácio da dedicação de uma igreja.
- Este dia se enriquece de salutar oportunidade de rezar pelo Sumo Pontífice e por toda a Igreja Universal.
VI. Curiosidades:
I. Latrão, os papas e os cavalos:
Sempre que o Sucessor de São Pedro era eleito pelo Sacro Colégio de Cardeais para ocupar a Sé Apostólica de Roma, estando na cidade eterna, o eleito era levado até a Basílica de São João do Latrão. Lá, tomava posse de sua catedral e de sua nova diocese, que exerce solicitude pastoral para com a Igreja de todo o mundo. Após a cerimônia em laterano o Pontífice saía em cortejo solene.
Márcio Dell’Arco e Francisco Concelliene, renomados historiados italianos definem a procissão como “um acontecimento coreográfico”.
Márcio Dell’Arco e Francisco Concelliene, renomados historiados italianos definem a procissão como “um acontecimento coreográfico”.
O Cavalo branco que levava o Papa era conduzido pela rédea por altos funcionários do Estado Pontifício e da Cidade de Roma. Na frente, acompanhavam o cortejo; pajens, cavaleiros da Guarda-suíça, soldados, Decano e Vice-Decano com guarda-sol aberto. Seguiam ainda o mestre da Câmara Pontifícia, o caudatário, dois ajudantes da câmara, e finalmente, de dois em dois surgiam o Senado da Igreja. Montados em mulas desfilavam os cardeais, os Patriarcas, Arcebispos, Bispos e toda a Cúria Romana.
O último papa que realizou o passeio a cavalo na ocasião da posse foi Clemente XIV (1769-1774), no século XVIII.
II. Os papas sepultados em Latrão:
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O último que lá foi sepultado foi Leão XIII, o Papa que mandou alargar o Coro da Basílica.
Rezemos, nesta Festa da Dedicação da Basílica de São João do Latrão, pelo Papa Francisco e por toda a Igreja Universal. Que nosso Doce Cristo na terra governe com sabedoria o rebanho do Senhor a ele confiado.
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