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sábado, 17 de janeiro de 2009

Cardeal Cañizares, Prefeito da Congregação para Culto Divino


Substitui o Cardeal Francis Arinze

CIDADE DO VATICANO, terça-feira, 9 de dezembro de 2008 (ZENIT.org).- Bento XVI nomeou o cardeal Antonio Añizares Llovera, até agora arcebispo de Toledo e primaz da Espanha, como prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, segundo informou nesta terça-feira a Sala de Imprensa da Santa Sé.

O purpurado substitui o cardeal nigeriano Francis Arinze, que completou 76 anos e apresentou renúncia ao Papa por razões de idade.

Segundo a constituição apostólica Pastor Bonus, a congregação para o Culto Divino e da Disciplina dos Sacramentos «trata do que – salvo a competência da Congregação para a Doutrina da Fé – corresponde à Sé Apostólica com relação à ordenação e promoção da sagrada liturgia, em primeiro lugar dos sacramentos».

O artigo 63 estabelece que o dicastério vaticano «fomenta e tuteta a disciplina dos sacramentos, especialmente no referente à sua celebração válida e lícita; também concede os indultos e dispensas que não entram nas faculdades dos bispos diocesanos sobre esta matéria».

A Congregação promove «a ação pastoral litúrgica, de modo especial no que se refere à celebração da Eucaristia; assiste os bispos diocesanos, para que os fiéis cristãos participem cada vez mais ativamente da sagrada liturgia».

«Provê a elaboração e correção dos textos litúrgicos: revisa e aprova os calendários particulares e os próprios das Missas e dos ofícios das Igrejas particulares, assim como os dos institutos que gozam desse direito», acrescenta.

Desta forma, «revisa as traduções dos livros litúrgicos e suas adaptações, preparadas legitimamente pelas Conferências Episcopais».

Outra de suas funções consiste em apoiar as «comissões ou os institutos criados para promover o apostolado litúrgico, a música, o canto ou a arte sacra, e mantém relações com eles; erige, a teor do direito, as associações deste tipo que têm caráter internacional, ou aprova e revisa seus estatutos; finalmente, promove congressos inter-regionais para fomentar a vida litúrgica».

Segundo esta normativa, «vigia atentamente para que se observem com exatidão as disposições litúrgicas, prevejam seus abusos e os erradiquem onde se encontrarem».

Corresponde a esta Congregação «examinar o fato da inconsumação do matrimônio e a existência de causa justa para conceder a dispensa. Assim, pois, recebe todas as atas junto com o parecer do bispo e os alegados do defensor do vínculo: pondera-as atentamente, segundo um procedimento especial e, quando se dá o caso, submete ao Sumo Pontífice a petição para obter a dispensa».

«Corresponde-lhe também examinar, segundo a norma do direito, as causas de nulidade da sagrada ordenação», indica a constituição apostólica.

«Compete-lhe o culto das sagradas relíquias, a confirmação dos padroeiros celestiais e a concessão do título de basílica menor.»

O cardeal Cañizares Llovera, arcebispo de Toledo desde 2002, nasceu na localidade valenciana de Utiel, em 15 de outubro de 1945. Cursou os estudos eclesiásticos no Seminário diocesano de Valência e na Universidade Pontifícia de Salamanca, na qual obteve o doutorado em Teologia, com especialidade em Catequética. Foi ordenado sacerdote em 21 de junho de 1970.

Ele viveu os primeiros anos de seu ministério sacerdotal em Valência. Depois se trasladou a Madri, onde se dedicou especialmente à docência. Foi professor de Teologia da Palavra na Universidade Pontifícia de Salamanca, entre 1972 e 1992; e professor, desde 1975, no Instituto Superior de Ciências Religiosas e Catequese, do qual também foi diretor, entre 1978 e 1986. Nesse ano, o Instituto passou a denominar-se «São Dâmaso» e o cardeal Cañizares continuou sendo seu máximo responsável, até 1992. Também foi diretor do secretariado da Comissão Episcopal para a Doutrina da Fé da Conferência Episcopal Espanhola.

Foi nomeado bispo de Ávila em 6 de março de 1992. Recebeu a ordenação episcopal em 25 de abril desse mesmo ano. Em 1º de fevereiro de 1997, tomou posse da diocese de Cartagena. Em 24 de outubro de 2002, foi nomeado arcebispo de Toledo, sede da qual tomou posse em 15 de dezembro desse mesmo ano. Foi criado cardeal pelo Papa Bento XVI no primeiro consistório de seu pontificado, em 24 de março de 2006.

Na Conferência Episcopal Espanhola (CEE), foi vice-presidente (2005-2008), membro do Comitê Executivo (2005-2008), membro da Comissão Permanente (1999-2008), presidente da Subcomissão Episcopal de Universidades (1996-1999) e da Comissão Episcopal de Ensino e Catequese (1999-2005).

O Papa João Paulo II o nomeou membro da Congregação para a Doutrina da Fé em 10 de novembro de 1995. Em 6 de maio de 2006, o Papa Bento XVI lhe designou esta mesma Congregação, já como cardeal. Também como cardeal, o Papa o nomeou, em 8 de abril de 2006, membro da Comissão Pontifícia Ecclesia Dei.

O cardeal Cañizares foi fundador e primeiro presidente da Associação Espanhola de Catequese, membro da Equipe Européia de Catequese e diretor da revistaTeologia e Catequese.

É membro da Real Academia de História desde 24 de fevereiro de 2008.

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